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Estado de Minas WASHINGTON

Ucrânia conduz campanha de sabotagem na Rússia?


08/05/2022 13:11

Um incêndio mortal em um instituto de pesquisa aeroespacial em Tver, a noroeste de Moscou; a queima de uma fábrica de munições em Perm, mais de 1.100 quilômetros a leste; e dois outros incêndios em depósitos de petróleo em Bryansk, perto de Belarus: Coincidências ou um sinal de que ucranianos ou seus apoiadores estão realizando sabotagem dentro da Rússia para punir Moscou por invadir o país vizinho?

Desde o incêndio no Instituto Central de Pesquisas das Forças de Defesa Aeroespacial em Tver, em 21 de abril, que matou pelo menos 17 pessoas, as redes sociais se agitam a cada relato de incêndio em algum lugar da Rússia, especialmente em locais sensíveis, como um sinal de que o país está sob ataques encobertos.

Ninguém assume a responsabilidade por esses eventos, mas analistas dizem que pelo menos alguns dos incidentes, particularmente os de Bryansk, apontam para uma tentativa de Kiev de levar a guerra ao território de seus invasores.

Em um post do Telegram, Mikhailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, chamou os incêndios de "intervenção divina".

"Grandes tanques de combustível queimam periodicamente... por diferentes razões", escreveu ele. "O carma é uma coisa cruel."

- "Não negamos" -

Em um país tão populoso quanto a Rússia, um incêndio em uma fábrica ou prédio remoto não seria particularmente surpreendente.

Mas desde que Moscou invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, mais de uma dúzia de incêndios observados por pessoas que documentam a guerra chamaram muita atenção nas mídias sociais, em meio a temores de que os ucranianos estejam realizando uma campanha conjunta de terror incendiário.

Até mesmo os incêndios no final do mês passado no extremo leste da Rússia, em uma base aérea ao norte de Vladivostok e em uma usina de carvão em Sakhalin, levantaram suspeitas.

E na quarta-feira um incêndio afetou uma fábrica de produtos químicos em Dzerzhinsk, a leste de Moscou.

"Os sabotadores russos contra Putin continuam seu trabalho heróico", disse Igor Sushko, um piloto ucraniano que publica regularmente fotos e vídeos no Twitter de supostos atos de sabotagem dentro da Rússia, mas não oferece provas de que foram deliberados.

Outro conselheiro de Zelensky, Oleksiy Arestovich, foi igualmente esquivo em declarações ao New York Times: apontou como exemplo desse tipo de ação que Israel nunca admite seus ataques e assassinatos encobertos. "Nós não confirmamos e não negamos", declarou.

- Estratégia? -

Analistas acreditam que os incêndios de Bryansk, que danificaram instalações que transportam petróleo para a Europa, foram deliberados e relacionados ao conflito.

Os autores anônimos por trás do "Ukraine Weapons Tracker", uma conta no Twitter que publica relatos detalhados apoiados por imagens de ataques ocorridos em ambos os lados, disseram que receberam informações "confiáveis" de que os incêndios em Bryansk foram resultado da ação de drones ucranianos Bayraktar.

"Se for verdade, mostra a capacidade das forças ucranianas de realizar ataques em território russo usando recursos de longo alcance", escreveram.

"Acho que provavelmente foi um ataque ucraniano, mas não podemos ter certeza", disse Rob Lee, outro analista de guerra, ao The Guardian.

Além desses incêndios, há uma série de aparentes bombardeios de helicópteros e drones e atos óbvios de sabotagem contra infraestruturas em Kursk e Belgorod Oblast, na fronteira com a Ucrânia, perto dos combates.

Os governadores de Belgorod e Kursk culparam sabotadores e atacantes da Ucrânia pelos incêndios e pela destruição de infraestruturas como pontes ferroviárias.

O ataque de 1º de abril a um depósito de combustível de Belgorod, segundo o governador Viacheslav Gladkov, foi o resultado de "um ataque aéreo de dois helicópteros das forças armadas ucranianas, que entraram no território da Rússia em baixa altitude".

"Nada confirma a sabotagem ucraniana, exceto pelo fato de que muitos dos incêndios parecem atingir alvos aponta Phillips O'Brien, professor de estudos estratégicos da Universidade de St. Andrews, na Escócia.

"Certamente parecem fazer parte de sua estratégia", acrescentou.

Autoridades do Pentágono disseram que as forças russas que operam na Ucrânia são prejudicadas por cadeias de suprimentos fracas, e os ataques à sua infraestrutura afetariam ainda mais seu esforço de guerra.

Mas se recusaram a comentar se acreditam que há uma campanha ativa de sabotagem dentro da Rússia visando locais não tão diretamente relacionados à invasão.

THE NEW YORK TIMES COMPANY


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