No "Livro Azul", que rege a diplomacia do Japão, divulgado nesta sexta-feira (22), Tóquio abordou a questão da ocupação dessas ilhas.
Chamadas pelo Japão de "Territórios do Norte", as quatro foram invadidas pelo Exército soviético nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial.
Essa disputa territorial impediu a assinatura de um tratado de paz entre os dois países desde o final da Segunda Guerra Mundial.
"A principal preocupação entre Japão e Rússia são os Territórios do Norte", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Japão em seu compêndio anual.
O ministério acrescentou que o conflito entre Rússia e Ucrânia impede um diálogo com Moscou sobre um eventual tratado de paz bilateral. O Japão apoiou os aliados no G7 na adoção de sanções contra instituições financeiras e autoridades russas pela invasão da Ucrânia.
Durante anos, o então primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pressionou para que o diálogo com a Rússia avançasse, com poucas conquistas a respeito das ilhas disputadas.
Em 21 de março passado, Moscou decidiu abandonar de vez as negociações, afirmando ser "impossível" discutir "com um país que assumiu uma posição abertamente hostil e busca provocar danos aos interesses do nosso país".
"A Rússia não pretende, nas atuais circunstâncias, continuar as negociações com o Japão sobre um tratado de paz", disse o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado divulgado na referida data.
"Quando o Japão se tornou um país hostil e se uniu a uma série de ações hostis ao nosso país, é realmente muito difícil falar sobre a continuação do processo de negociação", reiterou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta sexta-feira.
Segundo Peskov, as quatro ilhas em questão "são um território inalienável da Federação Russa".
TÓQUIO