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Estado de Minas ARGEL

Separatistas saarauís da Frente Polisário dizem 'romper' com governo espanhol


10/04/2022 12:34

Os separatistas saarauís da Frente Polisário anunciaram, no domingo (10), que irão "romper" qualquer contato com o governo espanhol de Pedro Sánchez, após o aceno de Madri a favor da posição marroquina sobre o Saara Ocidental.

"A Frente Polisário decide romper os seus contatos com o atual governo espanhol (...) no quadro do infeliz marketing com o ocupante (marroquino, ndr)", escreveu a Polisário em um comunicado.

Esta ruptura continuará até que o governo espanhol "se conforme com as decisões da legalidade internacional, que reconhece o direito do povo saarauí à autodeterminação e ao respeito pelas fronteiras internacionalmente reconhecidas do seu país".

O governo espanhol decidiu recentemente mudar a sua posição sobre o Saara Ocidental, uma colônia espanhola até 1975 e disputada entre Rabat e a Polisário saaraui pró-independência.

Sánchez, até agora neutro sobre o caso, reconheceu em 18 de março a iniciativa marroquina pela autonomia do território, apresentada em 2007, como "a base mais séria, realista e credível para a resolução desta disputa"

Esta decisão foi criticada por toda a oposição na Espanha, mas também pela Argélia, principal apoiador da Polisário. O governo espanhol garante que não mudou de posição, mas deu "um passo adicional" para contribuir na resolução do conflito entre Marrocos e a Polisário.

Os separatistas justificaram a ruptura com Madri apoiando-se no "princípio de que o Estado espanhol tem responsabilidades perante o povo saaraui e perante as Nações Unidas, como poder administrativo do território" e que tais responsabilidades são "inderrogáveis".

Para Madri, o principal objetivo do restabelecimento das relações com Rabat é garantir a sua "cooperação" no controle da imigração ilegal. O Marrocos, de onde parte a maioria dos imigrantes ilegais para a Espanha, tem sido frequentemente acusado de usar os refugiados de maneira chantageadora.

O Marrocos controla cerca de 80% do Saara Ocidental, um território desértico localizado na costa atlântica, rico em fosfatos e águas com pesca abundante.

Considera que o Saara Ocidental --suas "províncias do sul"- foram historicamente parte de seu território antes de ser colonizado pela Espanha e que sua essência marroquina não pode ser objeto de "nenhuma negociação".

Rabat propõe um plano de autonomia, mas apenas no âmbito da sua soberania e "unidade nacional".

Por seu lado, a Polisário reivindica a um referendo de autodeterminação, endossado pela ONU durante a assinatura de um cessar-fogo em 1991, mas que nunca se concretizou.


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