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Estado de Minas TEGUCIGALPA

Ex-presidente hondurenho Hernández tem casa e outros bens confiscados


01/04/2022 18:32

As autoridades hondurenhas confiscaram, nesta sexta-feira (1º), a casa e dezenas de propriedades, produtos financeiros e outros bens do ex-presidente Juan Orelando Hernández (2014-2022), que aguarda para ser extraditado aos Estados Unidos, onde é acusado de narcotráfico, informou o Ministério Público (MP).

A lista inclui a residência onde Hernández foi detido em 15 de fevereiro, dando início ao processo para sua extradição, cuja data ainda não foi definida.

Após uma investigação "sobre o núcleo familiar" de Hernández, as autoridades confiscaram "33 imóveis, distribuídos pelo departamento de Francisco Morazán (centro, onde fica a capital), Olancho (leste) e Lempira (oeste), oito sociedades comerciais, 16 veículos e produtos financeiros", indicou a promotoria.

- Pedido de extradição -

O porta-voz da instituição, Yuri Mora, informou à AFP que uma das propriedades confiscadas é a residência de Hernández na colônia San Ignacio, na capital.

Segundo o MP, a promotoria afirmou ter apresentado seu pedido ao Juizado de Privação de Domínios para realizar as apreensões após investigar as relações de Hernández com pessoas ligadas ao tráfico de drogas.

"Os fortes antecedentes refletidos nos relatórios de investigação" apoiam as medidas, apontou o comunicado do MP, que antes do pedido de extradição americano não havia movido ações contra o ex-presidente.

Hernández, que deixou a presidência em janeiro após 8 anos no poder, foi detido em meados de fevereiro, um dia após Washington solicitar sua extradição.

Um mês depois, um juiz pediu sua extradição, ratificada na segunda-feira pelo Tribunal Supremo de Justiça de Honduras, que rejeitou um recurso da defesa.

Mas os advogados de Hernández entraram com um novo recurso de proteção para evitar a extradição, usando como argumento a "violação dos direitos humanos" durante o processo.

A Câmara Constitucional ainda deve decidir se admite ou não o recurso.

- "Vítima de vingança" -

Nos Estados Unidos, Hernández é acusado de "conspiração para importar e distribuir uma substância controlada" e "possuir armas de fogo, incluindo metralhadoras e dispositivos destrutivos, em apoio à conspiração de importação de entorpecentes", segundo promotores federais de Nova York.

Devido à atividade de Hernández, Honduras se tornou um "narco-Estado", acrescentou a acusação.

Em uma nota enviada ao governo hundurenho, os Estados Unidos afirmam que, entre 2004 e 2022, Hernández participou da distribuição de "carregamentos de diversas toneladas de cocaína enviadas a Honduras da Colômbia e Venezuela, entre outros lugares", e de transportar "mais de aproximadamente 500.000 quilos de cocaína" para o território americano.

Detido em uma delegacia, Hernández se defendeu, reiterando que é "inocente" e "vítima de vingança e conspiração" de traficantes que extraditou e que serviram como testemunhas contra seu irmão.

Se for declarado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, mesma pena que recebeu seu irmão "Tony" Hernández, em março de 2021, pelo mesmo crime.

"Três condenações de prisão perpétua podem fazer de mim um morto-vivo", declarou o ex-presidente, de 53 anos.

Em nota, familiares de Hernández se disseram "prontos e confiantes em poder demonstrar perante a justiça americana que estas acusações são uma trama de vingança de narcotraficantes hondurenhos".

"Estes narcotraficantes, que não conseguiram amedrontar Juan Orlando (...) agora têm a oportunidade de atingi-lo por outras vias, mas confiamos na justiça e sobretudo em Deus", acrescentaram.


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