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Estado de Minas MÉXICO

México nega ocultar informações sobre o desaparecimento de 43 estudantes


29/03/2022 13:27

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, negou nesta terça-feira (29) que suas instituições governamentais tenham retido informações importantes sobre o desaparecimento de 43 estudantes em 2014 da comissão de especialistas independentes criada para investigar o caso, que denuncia uma "farsa" nas investigações.

"Todas as informações estão sendo entregues, foram entregues. Os arquivos foram abertos como nunca antes e absolutamente nada está sendo escondido", disse o presidente durante sua coletiva de imprensa matinal.

Os 43 jovens, estudantes de Ayotzinapa, desapareceram entre a noite de 26 e a manhã de 27 de setembro de 2014 em Iguala, no estado de Guerrero, antes de manifestações estudantis.

López Obrador acrescentou que seu governo está comprometido em "dar a conhecer o que aconteceu com o desaparecimento dos jovens de Ayotzinapa".

Mas na segunda-feira, uma comissão de especialistas acusou as autoridades mexicanas de ocultarem informações importantes sobre o caso, em um dos piores casos de violação dos direitos humanos no México, que gerou ampla condenação internacional.

Ángela Buitrago, integrante do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI), órgão criado em 2014 para investigar o caso, disse que houve um "fingimento" por parte de algumas autoridades para fazer crer que cumprem a instrução de López Obrador de facilitar as investigações.

"Houve pessoas que geraram uma simulação para entregar os documentos. Hoje ainda há instituições que não entregam" esse material, disse ao apresentar o terceiro relatório de trabalho do GIEI.

No dia do ocorrido, dezenas de normalistas se dirigiam a Iguala para pegar ônibus que pretendiam usar em manifestações. De acordo com a chamada "verdade histórica" do governo do então presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018), os jovens foram detidos e entregues por policiais locais a narcotraficantes do cartel Guerreros Unidos, ao serem confundidos com integrantes de uma gangue inimiga.

Após serem baleados, seus restos foram incinerados e colocados no lixo, segundo essa tese, rechaçada por familiares das vítimas, o governo atual, o GIEI e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O GIEI apontou também que membros da Marinha participaram na manipulação de provas durante as primeiras investigações do caso no lixão de Cocula, onde foram encontrados restos humanos.

Em resposta, López Obrador acrescentou que os líderes da Marinha que participaram dessa operação serão investigados.

"A instrução foi dada para investigar os chefes da Marinha que participaram da operação e todos os que participaram já prestaram depoimento perante a acusação", disse.


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