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Estado de Minas ABU DHABI

Boris Johnson visita Golfo em meio a temor de crise energética por guerra na Ucrânia


16/03/2022 18:11

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reuniu-se nesta quarta-feira (16) com líderes da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, com a esperança de convencê-los a aumentar a produção de petróleo para frear a alta dos preços provocada pela invasão russa da Ucrânia.

Em Riade, Johnson reuniu-se com o líder de fato saudita, o príncipe Mohamed bin Salman. Os dois líderes discutiram "assuntos internacionais de interesse comum, inclusive os acontecimentos na Ucrânia", segundo um comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores saudita, que não deu mais detalhes.

Embora tenha acolhido com satisfação um "diálogo muito produtivo" com o príncipe saudita sobre o aumento da produção de petróleo, Johnson não anunciou nenhum acordo concreto. "Penso que é preciso falar com os sauditas sobre isto", disse a veículos de comunicação britânicos após sua visita.

A viagem de Johnson ao Golfo ocorre em um contexto de forte volatilidade dois preços do petróleo, que beiraram os 140 dólares o barril antes de recuar levemente abaixo dos US$ 100. Também se trata de reduzir a dependência do Ocidente do petróleo e do gás russos.

- Necessidade de independência -

"Quando olhamos a dependência que o Ocidente, em particular, desenvolveu dos hidrocarbonetos de Putin, do petróleo e do gás de Putin, podemos ver o erro que isso foi, porque ele pode chantagear o Ocidente", disse o primeiro-ministro à imprensa britânica.

"Precisamos de independência", insistiu antes de deixar Abu Dhabi, onde conversou com o príncipe-herdeiro, Mohamed bin Zayed.

A Rússia é o maior produtor mundial de gás e o segundo maior de petróleo, perdendo apenas para a Arábia Saudita. Apesar disso, o Reino Unido planeja eliminar, gradualmente, suas importações de petróleo russo até o fim do ano, como parte das sanções adotadas contra a Rússia.

A viagem de Johnson à Arábia Saudita tem sido criticada, no entanto, pelo histórico deficiente de direitos humanos no reino, especialmente após a execução de 81 homens em um único dia no sábado.

O primeiro-ministro britânico é, ainda, um dos poucos governantes ocidentais a visitar Riade desde o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em 2018, no consulado de seu país em Istambul, pelo qual a CIA responsabilizou Mohamed bin Salman.

Diante das críticas, Johnson prometeu falar sobre direitos humanos com o príncipe Mohamed, mas destacou também a "relação muito importante" de Londres com os países do Golfo.

- Sócios-chave -

Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, dois dos maiores exportadores mundiais de petróleo e que têm vínculos tanto com Moscou quanto com os ocidentais, têm evitado se posicionar contra a Rússia.

Assegurando que "o impacto" do ataque "brutal e não provocado" da Rússia contra a Ucrânia será sentido além da Europa, Johnson disse em um comunicado que gostaria de construir uma "coalizão internacional" para fazer frente a esta "nova realidade".

"Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos são parceiros internacionais chave nesse esforço", havia destacado.

Assegurou que à medida que as sanções ocidentais começarem a fazer efeito, será preciso uma nova coalizão internacional para evitar que impactem os consumidores, já afetados pelo crescente custo de vida.

"Trabalharemos com eles para garantir a segurança regional, o apoio no esforço de ajuda humanitária e a estabilização de longo prazo dos mercados energéticos mundiais", frisou.

Mas em entrevista à AFP, Torbjorn Soltvedt, analista da Verisk Maplecroft, considerou, no entanto, que é difícil que Johnson consiga mudar a política saudita petroleira.

"A Arábia Saudita tem sido resistente, até agora, a se desviar do atual marco da Opep+, que contempla pequenos aumentos mensais na produção", explicou.

Já os Emirados Árabes Unidos - observa Soltvedt - "podem estar um pouco mais dispostos a abrir as chaves".


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