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Estado de Minas LONDRES

Mulher com cidadania iraniano-britânica detida no Irã desde 2016 voltará ao Reino Unido


16/03/2022 08:55

Nazanin Zaghari-Ratcliffe, que tem dupla cidadania iraniano-britânica e estava detida desde 2016 no Irã, onde foi condenada à prisão por sedição, acusação que ela sempre negou, "está a caminho de casa", anunciou nesta quarta-feira (16) uma deputada britânica.

"Nazanin está no aeroporto de Teerã e está retornando para casa", afirmou no Twitter a deputada trabalhista Tulip Siddiq.

Um meio de comunicação estatal iraniano confirmou que Nazanin foi "entregue" ao governo britânico do primeiro-ministro conservador Boris Johnson.

A informação ainda não confirmada oficialmente e a imprensa afirma que ela retorna ao lado de outro cidadão com dupla cidadania, o engenheiro aposentado Anoosheh Ashoori, detido no Irã em agosto de 2017 quando visitava a mãe e que foi condenado a 10 anos de prisão depois de ser acusado de espionagem a favor de Israel.

Algumas horas antes, Boris Johnson expressou sua esperança e afirmou que as negociações estavam na última fase.

Diretora de projetos da Fundação Thomson Reuters, o braço filantrópico da agência de notícias de mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe, de 43 anos, foi detida durante uma viagem em 2016 a Teerã para visitar a família.

Ela foi acusada de conspirar para derrubar a República Islâmica, o que ela negou com veemência, e condenada a cinco anos de prisão.

Desde então, seu marido, Richard Ratcliffe, e parentes no Reino Unido trabalham de maneira incessante para pedir ao governo britânico uma atuação diplomática para obter sua libertação e retorno. No ano passado, Ratcliffe fez uma greve de fome de 21 dias para alertar sobre a situação.

- Dívida britânica com o Irã -

Em junho de 2019, Nazanin Zaghari-Ratcliffe fez uma greve de fome de duas semanas e posteriormente foi hospitalizada durante vários dias em uma unidade psiquiátrica.

Depois de cumprir a primeira sentença, ela voltou a ser condenada em abril de 2021 a um ano de reclusão e mais um de proibição de sair do país por ter participado de um protesto diante da embaixada do Irã em Londres em 2009.

Em outubro, a justiça iraniana rejeitou um recurso judicial, o que provocou o temor de uma nova reclusão, depois que ela passou à prisão domiciliar na casa de seus pais em março de 2020 devido à pandemia de covid-19.

Na terça-feira surgiu a esperança de libertação, depois que o Irã devolveu o passaporte britânico de Nazanin e circularam informações sobre a presença em Teerã de uma equipe de negociadores procedentes do Reino Unido.

Os parentes de Zaghari-Ratcliffe e Ashoori denunciaram que eles foram retidos como reféns até que o Reino Unido pagou uma dívida de 400 milhões de libras (520 milhões de dólares) por uma venda de material de defesa que aconteceu na época do xá do Irã, derrubado em 1979.

O governo de Boris Johnson sempre negou uma relação entre a detenção de pessoas no Irã e a dívida.

No entanto, a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, disse à rádio BBC nesta quarta-feira que transformou em "prioridade garantir o pagamento da dívida que temos legitimamente com as autoridades iranianas".

Depois de garantir que era uma questão independente da libertação de Zaghari-Ratcliffe e Ashoori, Truss justificou o atraso no pagamento da dívida - relacionada com um pedido de tanques que foi cancelado após a revolução islâmica de 1979 - às sanções internacionais impostas ao Irã por seu programa nuclear.


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