"Espero que possamos nos sentar como sócios, frente à frente, para buscar uma solução para um país que na região demonstrou que é aliado" dos Estados Unidos, disse Cortizo durante ato público. "Vamos pedir ao governo dos Estados Unidos" a "revisão" do TPC, acrescentou.
Segundo o presidente panamenho, seu governo enviará uma carta formal ao Departamento de Agricultura americano.
Cortizo disse que vão propor "ao parceiro mais importante do Panamá" para revisar os capítulos referentes a "produtos extremamente sensíveis para a paz social", como arroz, lácteos e carnes bovina, suína e de aves.
O TPC foi assinado em 2007, embora só tenha entrado em vigor em 2012. O governo teme que os agricultores e pecuaristas panamenhos sejam prejudicados por importações excessivas a partir dos Estados Unidos.
Várias associações panamenhas de produtores também pediram a revisão dos acordos comerciais para evitar uma explosão social.
"Queremos fazer um apelo para que neste momento tão difícil que a humanidade e nosso país vive, os produtos norte-americanos não afetem estes produtores", havia dito na semana passada o ministro do Desenvolvimento Agropecuário, Augusto Valderrama.
Na quinta-feira passada, o encarregado de negócios interino da embaixada dos Estados Unidos no Panamá, Stewart Tuttle, tinha antecipado que seu país não renegociará o Tratado porque "beneficia a todos".
Os Estados Unidos, um dos principais parceiros políticos e comerciais do país centro-americano, é o maior usuário do Canal do Panamá, com 75% da carga total no último ano fiscal.
Em 2021, a balança comercial entre os dois países foi superavitária para os americanos, com mais de 2,8 bilhões de dólares. O Panamá só exportou aos Estados Unidos o equivalente a 130,4 milhões de dólares em 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censo (Inec).
Os dois países compartilham programas de segurança no combate ao narcotráfico, o crime organizado, a lavagem de dinheiro e a migração ilegal.
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