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Estado de Minas YANGON

Junta de Mianmar promete anistia para mais de 800 presos


12/02/2022 12:15

A junta de Mianmar anunciou, neste sábado (12), que vai libertar mais de 800 presos em uma anistia para celebrar o Dia da União, em um país fragmentado após o golpe militar de há mais de um ano.

O país está mergulhado em uma crise desde o golpe de Estado em fevereiro do ano passado, que envolveu uma violenta repressão que deixou mais de 1.500 civis mortos.

O líder da junta, Min Aung Hlaing, emitiu uma "ordem de indulto", um costume durante a celebração do Dia da União Nacional, que ocorre a cada 12 de fevereiro.

Neste caso, 814 presos serão libertados. Esta anistia beneficiará, principalmente, os detentos das prisões de Yangon, capital econômica de Mianmar, disse à AFP o porta-voz da junta, Zaw Min Tun.

O porta-voz não disse que tipo de preso será libertado, nem antecipou se entre eles está o economista australiano Sean Turnell, conselheiro da líder civil Aung San Suu Kyi, deposta pelos militares, presa e processada após o golpe.

Tunrell foi detido dias depois, sob a acusação de violar a lei de segredos oficiais de Mianmar e pode ser condenado a até 14 anos de prisão.

Há um ano, o conselho libertou 23.000 prisioneiros no Dia da União e perdoou um número semelhante no final de abril.

Alguns grupos de defesa de direitos perceberam isso como uma manobra para liberar espaço nas prisões para internar opositores e espalhar o terror entre a população.

- Dia da União? -

O golpe de 1º de fevereiro de 2021 desencadeou protestos em massa e uma sangrenta repressão que deixou mais de 1.500 civis mortos e quase 12.000 presos, segundo uma ONG local.

Neste sábado, por ocasião do Dia da União, o Exército fez uma demonstração de força com um grande desfile na capital, Naypyidaw, construída pelos militares.

O evento contou com helicópteros com a bandeira nacional amarela, verde e vermelha, seguidos por caças liberando fumaça das mesmas cores.

Quase 100 pessoas se reuniram do lado de fora da prisão de Insein, em Yangon, neste sábado, na esperança de se reunirem com seus familiares, informou um correspondente da AFP.

Quatro veículos deixaram a prisão por volta do meio-dia local (2h30 em Brasília), e pessoas da multidão gritavam os nomes de seus parentes.

Thin Thin Aye, de 46 anos, espera que seu filho, preso por incitação contra os militares, seja um dos anistiados. Ela continuou esperando, mesmo depois que o último ônibus deixou a prisão.

"Espero que meu filho seja libertado o mais rápido possível e quero que ele esteja com nossa família", disse ela à AFP em lágrimas.

O analista independente especialista em Mianmar David Mathieson disse à AFP que "a mensagem do Dia da União é o oposto da realidade" no país.

Em um discurso às tropas, Min Aung Hlaing insistiu em justificar o golpe pela suposta fraude eleitoral nas eleições de 2020, vencidas por Aung San Suu Kyi, e convidou os vários grupos étnicos rebeldes para um diálogo de paz.


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