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Estado de Minas WASHINGTON

EUA advertem que Rússia poderia invadir a Ucrânia em questão de dias


11/02/2022 20:53

Os Estados Unidos afirmaram nesta sexta-feira (11) que a Rússia poderia invadir a Ucrânia antes do encerramento dos Jogos Olímpicos, em 20 de fevereiro, revivendo o fantasma de uma guerra na Europa, em uma escalada dramática que se seguiu a uma intensa fase diplomática.

"Continuamos vendo sinais de escalada russa, inclusive a chegada de novas forças à fronteira com a Ucrânia", alertou o conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, após reunião virtual entre o presidente americano, Joe Biden, e seus principais colegas ocidentais.

"Uma invasão poderia ocorrer a qualquer momento se Vladimir Putin decidir ordená-la", acrescentou. "Poderia começar durante os Jogos Olímpicos, apesar de que se especule muito que só ocorrerá depois dos Jogos".

Segundo o funcionário, existe uma "possibilidade muito clara" de que a Rússia invada a Ucrânia, mas desconhece se o líder russo tomou a "decisão final".

Diante desta ameaça, Biden falará por telefone com Putin no sábado sobre a crescente crise sobre a Ucrânia, informou nesta sexta-feira um alto funcionário da Casa Branca.

Enquanto isso, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, reiterou nesta sexta ao seu colega ucraniano, Dmytro Kouleba, que a Ucrânia tem o "apoio duradouro e inquebrantável dos Estados Unidos".

Em meio aos anúncios, a bolsa de Nova York recuou fortemente, enquanto o petróleo operava em alta.

- Sanções drásticas -

O conselheiro presidencial reafirmou que os ocidentais estão "prontos para todos os cenários" possíveis, com uma resposta sem precedentes em caso de guerra, mas também com a mão estendida para continuar negociando com Moscou sobre a segurança europeia.

Cerca de 3.000 soldados americanos adicionais serão enviados à Polônia "nos próximos dias", anunciou outro alto funcionário americano.

Biden planeja conversar por telefone na manhã de sábado com seu colega russo. O presidente francês, Emmanuel Macron, fará o mesmo ao meio-dia de sábado, segundo o Palácio do Eliseu, antes da visita a Moscou do chanceler alemão, Olaf Scholz, no começo da próxima semana.

Os dirigentes ocidentais conversaram na tarde desta sexta-feira enquanto patinavam os esforços diplomáticos europeus para tentar evitar que a crise entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia vire uma guerra.

"Os aliados estão determinados a adotar conjuntamente sanções rápidas e severas contra a Rússia se houver novas violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia", tuitou o porta-voz do chanceler alemão após a reunião. "Todos os esforços diplomáticos buscam persuadir Moscou a ir para uma desescalada. O objetivo é impedir uma guerra na Europa", acrescentou.

A teleconferência reuniu Biden, Macron e Scholz; o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Layen; e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel; além do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o presidente polonês, Andrzej Duda, o presidente do Conselho italiano, Mario Draghi, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

- Bombardeios aéreos -

As sanções terão como alvo principal "os setores financeiro e energético, bem como as exportações de produtos de alta tecnologia", disse Von der Leyen, citada em comunicado.

O primeiro-ministro britânico disse na videoconferência "temer pela segurança da Europa nas circunstâncias atuais", quando há mais de 100.000 soldados com armamento pesado mobilizados na fronteira com a Ucrânia.

A Casa Branca aplaudiu, no entanto, a unidade "notável" dos ocidentais frente ao que consideram o momento mais perigoso para a Europa desde o fim da Guerra Fria, há 30 anos, e esboçou um cenário dramático em caso de ofensiva russa.

Esta poderia começar com um "bombardeio aéreo e ataques com mísseis que certamente matariam civis", disse Sullivan à imprensa. Também poderia incluir um "ataque rápido" a Kiev.

O conselheiro exortou os cidadãos americanos a deixarem a Ucrânia "nas próximas 24 a 48 horas", seguindo a advertência feita na véspera por Biden, segundo quem "as coisas poderiam acelerar muito rapidamente".

O presidente americano repetiu, no entanto, que não enviaria soldados à Ucrânia, mesmo para evacuar concidadãos em caso de invasão russa, porque poderia iniciar "uma guerra mundial".

- Diálogo estéril -

Nesta sexta, o Kremlin informou que os diálogos da véspera iniciados em Berlim com representantes de Rússia, Ucrânia, Alemanha e França não deram "nenhum resultado".

Estas discussões estavam relacionads com o conflito no leste da Ucrânia, que se opõe desde 2014 aos separatistas apoiados pela Rússia e o exército ucraniano, que deixou mais de 14.000 mortos. Os diálogos duraram dez horas e foram "difíceis", segundo fontes próximas dos negociadores franceses e alemães.

Por enquanto, a Rússia, que anexou a Crimeia em 2014, nega ter intenção bélica em relação à Ucrânia, mas condiciona a desescalada a que a antiga república soviética nunca seja incorporada à Aliança Atlântica. Uma condição que os ocidentais consideram inaceitável.

Paralelamente, Moscou anunciou novas manobras militares na fronteira ucraniana, além das que já vem realizando desde quinta-feira em Belarus, país vizinho da Ucrânia.

Moscou anunciou nesta sexta outros treinamentos em "missões de combate" na região fronteiriça russa de Rostov, com centenas de soldados e tanques. Além disso, a Marinha russa está realizando manobras no Mar Negro, limítrofe com a Ucrânia.


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