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Estado de Minas LONDRES

Chefe da polícia londrina renuncia em meio a crise de confiança


10/02/2022 18:11

A chefe da polícia de Londres, Cressida Dick, apresentou sua renúncia nesta quinta-feira (10) em um contexto de crise de confiança e após a divulgação de um relatório que revelou comportamentos racistas, misóginos e discriminatórios de parte de agentes da Scotland Yard.

Dick afirmou em um comunicado que não tinha "outra opção além de renunciar", depois que o prefeito da capital britânica, Sadiq Khan, afirmou que não tinha mais confiança na funcionária.

"Está claro que o prefeito não confia mais na minha liderança para continuar", disse, acrescentando que continuaria no cargo até a nomeação de um sucessor.

A polícia londrina também foi alvo de duras críticas por não ter investigado as festas em Downing Street e os círculos do poder apesar das restrições sanitárias, um escândalo que ameaça a sobrevivência do primeiro-ministro, Boris Johnson.

Em um tuíte, o chefe do governo agradeceu Cressida Dick por "proteger os cidadãos e tornar nossas cidades mais seguras".

"Cressida serviu seu país com grande dedicação e distinção durante muitas décadas", reforçou.

A demissão da funcionária, de 61 anos, ocorre após a publicação, em 1º de fevereiro, de um relatório condenatório da IOPC, o gabinete de assuntos internos da polícia britânica.

A IOPC revisou milhares de mensagens trocadas por policiais nas redes sociais, "muitas das quais eram altamente sexualizadas, discriminatórias ou faziam referência à violência".

Incluíam referências diretas ao estupro, usavam linguagem homofóbica ou racista e continuam alusões ao campo de extermínio nazista de Auschwitz.

Dos 14 policiais incriminados, a maioria da delegacia de Charing Cross, no centro de Londres, nove continuam em serviço. Muitos minimizaram as mensagens, afirmando que eram brincadeiras.

- Restabelecer a confiança -

Uma investigação foi aberta inicialmente em 2018 contra um policial suspeito de manter relações sexuais com uma pessoa embriagada em uma delegacia. Posteriormente, foi ampliada.

Em um comunicado nesta quinta-feira, o prefeito de Londres se disse "insatisfeito" com a resposta de Dick diante da magnitude da mudança que, segundo ele, seria necessária "urgentemente" para "restabelecer a confiança" dos londrinos e acabar com o "racismo, o sexismo, a homofobia, o assédio, a discriminação e a misoginia que ainda existem" na corporação policial da capital.

Nomeada em 2017, Dick foi a primeira mulher a comandar a Scotland Yard.

Após o estupro e assassinato de Sarah Everard, uma mulher londrina, por um policial, em março de 2021, um caso que chocou o Reino Unido, a polícia foi acusada de ter ignorado uma série de sinais alarmantes sobre o comportamento do autor destes atos.

A força também foi criticada pela dura intervenção para dissolver uma manifestação em homenagem à vítima ou depois que dois policiais se fotografaram no local de um duplo homicídio e compartilharam as imagens.

Desde que chegou à chefia da polícia de Londres, Cressida Dick teve que enfrentar uma série de atentados jihadistas em 2017, o incêndio mortal da Torre Grenfell (71 mortos), além de "manifestações difíceis", "a pandemia" e "o assassinato de agentes em serviço", lembrou.

"Estou incrivelmente orgulhosa da minha equipe e de tudo o que conseguiram", assegurou.


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