De acordo com a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, o crescimento do conjunto da União Europeia (que inclui os países que não adotam o euro como moeda) também foi de 5,2%. O bloco europeu havia registrado queda de 5,9% em 2020.
A queda de 6,4% em 2020 foi a pior da série histórica da Eurostat, mas o crescimento de 5,2% em 2021 também representa um recorde.
A recuperação da economia europeia ficou atrás apenas do desempenho dos Estados Unidos (que cresceu 5,6%) e da China, país que registrou alta de 8,1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.
Foi, contudo, o desempenho econômico europeu no quarto trimestre do ano que chamou a atenção dos analistas.
De acordo com a Eurostat, no quarto trimestre de 2021, a economia da zona do euro registrou alta de 4,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, mas de apenas 0,3% em relação ao terceiro trimestre.
No segundo e terceiro trimestres de 2021, a economia europeia foi beneficiada por uma suspensão tímida das restrições sanitárias, devido à pandemia, apesar dos efeitos duradouros dessas medidas sobre as cadeias de abastecimento.
O surgimento e a rápida propagação da variante ômicron provocaram, no entanto, uma clara desaceleração. Analistas consideram que o retorno das restrições afetará o desempenho da economia no início de 2022.
Analistas destacam que o quarto trimestre apresentou tendências diferentes entre os países do bloco. A maior economia europeia, a Alemanha, registrou queda de 0,7% no período.
A agência de estatísticas alemã Destatis afirmou que a recuperação da economia do país "foi desacelerada pela quarta onda da pandemia e por medidas de restrição mais rígidas".
Jessica Hinds, da consultoria Capital Economics, recordou que a ômicron provocou uma nova série de restrições, mas ressaltou que seu impacto será relativamente curto.
"O nível de internações permanece relativamente baixo, e o impacto na economia provavelmente será pequeno e temporário", afirmou.
Bert Colijn, economista do banco ING, considerou que o crescimento modesto de 0,3% no quarto trimestre mostrou a "resiliência" da economia europeia.
Ao mesmo tempo, ele avalia que a retomada vigorosa do crescimento deve acontecer apenas a partir do segundo trimestre. Nesse sentido, o economista antecipou que "a inflação afetará o poder aquisitivo, o que reduz as perspectivas de consumo das famílias".
BRUXELAS