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Estado de Minas KIEV

Mulheres reservistas, decididas a lutar pela Ucrânia contra invasão russa


29/01/2022 15:49

A reservista ucraniana Mariana Jaglo, de 52 anos, mostra sua espingarda na sala de jantar de sua residência em Kiev e garante que não vai vacilar na hora de defender o seu país, em caso de invasão da Rússia.

"Não vamos esperar sentadas. Estamos prontas para lhes dar as boas-vindas que merecem", adverte esta profissional de marketing, que se alistou em um corpo de reservistas há dois anos.

"Não estou só. Há muitas como eu na Ucrânia. Nenhum homem fará o que uma mulher pode fazer para defender sua família e seus filhos. É uma força temível", afirma esta mãe que tem duas filhas adultas e um menino de 12 anos.

Em 2021, ela pagou "entre 2.000 e 3.000 dólares", uma quantia considerada uma fortuna em um dos países mais pobres de Europa, por uma espingarda de caça ucraniana modelo Zbroyar Z-15 e o material necessário para adaptá-la ao combate.

"Com mira mecânica e telescópica, suportes e redutor de ruído", enumera com orgulho a mulher, que também seguiu a formação de atiradora de elite. Segundo a legislação ucraniana, no entanto, sua arma não pode disparar rajadas.

A Ucrânia, uma ex-república soviética de 40 milhões de habitantes, é palco de um conflito entre as autoridades e os separatistas do leste, que, por sua vez, teriam apoio da Rússia, o que Moscou nega. A guerra teve início em 2014 com a anexação da península da Crimeia pela Rússia, e já deixou mais de 13 mil mortos.

Nos últimos meses, a tensão vem aumentando e os países do Ocidente acusam o presidente russo Vladimir Putin de ter concentrado cerca de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia, preparando uma invasão, e ameaçam Moscou com duras sanções caso isso aconteça, ao mesmo tempo em que enviam armas a Kiev.

Alguns meios de comunicação mencionam o risco de ataques aéreos russos contra a capital ucraniana e mais de 48% dos ucranianos consideram possível uma invasão russa, de acordo com uma pesquisa publicada nesta semana.

O pânico, no entanto, não é aparente no país, mas muitos preparam mochilas de emergência e armazenam produtos de primeira necessidade, além de se inscreverem em grupos de sobrevivência e primeiros socorros.

Jaglo preparou sua mochila militar com seu uniforme, capacete, colete à prova de balas, luvas e joelheiras. Junto de outras reservistas, ela treina regularmente para atirar, patrulhar e realizar emboscadas.

"Se não tivesse ocorrido guerra, nunca teria pensado nessas questões militares", explica a ucraniana.

Para ela, a atual crise se deve às ambições "imperialistas" do presidente russo, Vladimir Putin. "Não tenho nenhum problema com os russos como povo, como tampouco tenho com franceses, alemães e chineses", afirma a reservista.

Contudo, se acontecer o pior, ela não vai vacilar. "Não quero matar gente, mas defender o meu lar", conclui.


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