Isto pode representar um balão de oxigênio para o controverso primeiro-ministro, que enfrenta a ameaça de uma eventual moção de censura dentro do próprio Partido Conservador devido ao escândalo.
Após o pedido da polícia, a investigação interna deve ter uma publicação imediata limitada ou aguardar o fim do inquérito oficial para sua divulgação na íntegra.
Muitos deputados conservadores aguardam com nervosismo o relatório, elaborado pela funcionária pública de alto escalão Sue Gray, sobre celebrações de Natal, bebidas de despedida, festas no jardim e bolos de aniversário nos escritórios e na residência oficial do primeiro-ministro durante os confinamentos de 2020 e 2021, para decidir se tentam ou não afastá-lo do poder.
Johnson prometeu divulgar o texto sem qualquer tipo de edição assim que receber o documento, além de comparecer ao Parlamento para responder perguntas sobre a investigação.
Mas a apresentação do relatório, inicialmente esperada para quarta-feira passada, foi adiada diversas vezes, segundo a imprensa, pelas dúvidas sobre o que pode ser divulgado depois que a polícia passou a atuar na questão, com o anúncio da abertura de uma investigação na terça-feira sobre possíveis delitos às leis anticovid.
"A respeito dos eventos investigados pela polícia, pedimos que seja feita uma referência mínima no relatório do 'Cabinet Office'", o órgão interdepartamental do qual depende a investigação de Sue Gray, reconheceu a Scotland Yard nesta sexta-feira.
"Estamos em contato permanente com o 'Cabinet Office', inclusive sobre o conteúdo do relatório, para evitar qualquer dano à nossa investigação", afirma um comunicado.
A polícia "não pediu nenhuma limitação em outros eventos no relatório, nem o adiamento do relatório", acrescentou.
A imprensa britânica não acredita que o relatório será divulgado antes da próxima semana.
O secretário de Estado de Tecnologia, Chris Philp, afirmou ao canal Sky News que Downing Street não havia recebido o documento até esta sexta-feira.
LONDRES