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Estado de Minas LONDRES

ONU é pressionada a investigar massacre de dissidentes iranianos em 1988


27/01/2022 08:57

Ex-funcionários de alto nível da ONU e ganhadores do Prêmio Nobel convocaram o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em uma carta aberta divulgada nesta quinta-feira (27), a iniciar uma investigação internacional sobre as execuções de milhares de presos políticos no Irã em 1988.

"Acreditamos que faz tempo que o Escritório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, deveria ter investigado o massacre de 1988", escreveram os signatários.

Entre eles, estão organizações, ex-autoridades da ONU, ex-juízes e advogados proeminentes, ganhadores do Prêmio Nobel, como o ex-presidente de Timor Leste José Ramos-Horta, e políticos, como o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos.

Citando diretamente o atual presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raisi, e o presidente da autoridade judiciária máxima do país, Gholam Hosein Mohseni Ejei, eles lamentam que "os responsáveis continuem impunes".

A ação da carta foi coordenada pela organização Justiça para as Vítimas do Massacre de 1988 no Irã (JVMI), com sede em Londres.

Os signatários do texto dizem temer que isso "estimule as autoridades iranianas a cometerem mais atrocidades contra os dissidentes e os presos políticos".

Segundo defensores dos direitos humanos, milhares de pessoas, incluindo simpatizantes e membros dos "mujahedine do povo" e detentos marxistas e de esquerda, foram executadas em prisões iranianas, sem julgamento prévio, por ordem do então líder supremo, aiatolá Khomeini.

O presidente Ebrahim Raisi foi acusado pela ONG Anistia Internacional de integrar uma "comissão da morte", que estava por trás das execuções, quando era vice-procurador do tribunal revolucionário de Teerã.

"Milhares de presos políticos que se negaram a abandonar suas crenças foram executados", afirma a carta aberta, acrescentando que "as vítimas foram enterradas em valas comuns espalhadas por todo país".

Em outubro, um grupo de opositores iranianos no exílio, o Conselho Nacional de Resistência do Irã (NCRI, na sigla em inglês), apresentou uma denúncia à polícia escocesa por genocídio e por violação dos direitos humanos contra Raisi.

Proibido no Irã, o NCRI é o braço político dos "mujahedine do povo" (MEK, em persa), um grupo armado de oposição ao regime islâmico classificado por Teerã como uma "seita terrorista".

Raisi está na lista negativa de funcionários iranianos punidos com sanções, por parte de Washington, por "cumplicidade em graves violações de direitos humanos". O atual presidente iraniano nega qualquer envolvimento nas execuções.


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