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Estado de Minas LONDRES

Polícia investiga festas proibidas que deixam Boris Johnson na corda bamba


25/01/2022 15:47

Em mais um passo que aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que vê o cargo por um fio, a Polícia Metropolitana de Londres anunciou nesta terça-feira (25) uma investigação sobre as várias festas realizadas em Downing Street e outras dependências do governo nos últimos dois anos, que configuraram violações das regras de confinamento.

O chefe de Governo prometeu que vai cooperar plenamente com a investigação.

Após a humilhação de ter que pedir desculpas há 10 dias à rainha Elizabeth II por ter celebrado duas festas com música e bebidas alcoólicas na véspera do enterro do marido da soberana, Philip, e em pleno confinamento em abril do ano passado, Downing Street deve passar agora por uma investigação da Scotland Yard.

Johnson "e todos os que forem procurados cooperarão plenamente em tudo que for solicitado", prometeu um porta-voz do governo depois que a chefe de polícia, Cressida Dick, anunciou a abertura de investigações sobre "possíveis infrações das normas sobre a covid-19" nas dependências do Executivo.

"Acho que isso dará à opinião pública a clareza necessária e ajudará a traçar uma linha sobre a questão", disse o próprio primeiro-ministro mais tarde durante uma aparição parlamentar sobre outra questão.

Da oposição trabalhista, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, ressaltou que "os cidadãos esperam, com razão, que a polícia defenda a lei, sem medo ou favorecimentos, independente de quem afeta".

A Scotland Yard foi muito criticada por não investigar retroativamente supostas infrações das regras anticovid. E acusada de fechar os olhos para as evidências de várias festas celebradas em Downing Street, onde ficam o escritório e a residência oficial de Johnson, apesar da presença permanente de agentes na entrada.

- Relatório Gray -

Cercado de escândalos, o polêmico primeiro-ministro, de 57 anos, luta há semanas por sua sobrevivência política diante da ameaça de uma moção de censura interna em seu Partido Conservador.

Tentando acalmar os muitos parlamentares conservadores que se juntaram à oposição para exigir sua renúncia, Johnson pediu desculpas ao Parlamento há duas semanas por ter participado em 20 de maio de 2020, durante o primeiro confinamento, em uma festa nos jardins de Downing Street. Mas alegou acreditar que era um "evento de trabalho", o que só causou sarcasmo e mais indignação.

Também encomendou uma investigação interna a uma funcionária de alto escalão do governo, Sue Gray, cujas conclusões podem ser decisivas.

Depois que a investigação da Scotland Yard foi anunciada, um porta-voz de Downing Street disse na terça-feira que Gray pararia de investigar certos assuntos para não interferir com a polícia.

No entanto, em um giro total, naquela mesma tarde alguns meios de comunicação afirmaram que seu relatório poderia ser publicado na manhã de quarta-feira, a tempo de o primeiro-ministro se defender na sessão semanal de perguntas na Câmara dos Comuns.

- 'Outras histórias prejudiciais' -

Na noite de segunda-feira, a ITV noticiou que o primeiro-ministro Boris Johnson celebrou seu aniversário com várias pessoas próximas, em pleno confinamento. Este foi o episódio mais recente de uma sequência de vazamentos para a imprensa desde dezembro, o que gerou a pior crise política vivida pelo polêmico líder conservador desde que chegou ao poder, em 2019.

Segundo esta emissora privada, Johnson participou de uma festa organizada por sua esposa em 19 de junho de 2020, quando esse tipo de reunião estava proibido. Até 30 pessoas teriam ido ao evento, incluindo a decoradora Lulu Lytle, responsável pela cara reforma do apartamento do premiê em Downing Street. O financiamento da obra também causou polêmica.

Segundo uma porta-voz, o primeiro-ministro permaneceu "menos de dez minutos" na reunião.

"Isso é completamente falso. Seguindo as regras daquela ocasião, o primeiro-ministro recebeu um pequeno número de familiares, em área externa, naquela noite", informou Downing Street.

Alimentando acusações de hipocrisia, uma carta escrita em março de 2020 pelo primeiro-ministro a uma menina de sete anos, parabenizando-a por ter cancelado sua festa de aniversário devido à pandemia, viralizou no Twitter.

Por sua vez, o influente ex-assessor do primeiro-ministro Dominic Cummings, que multiplicou os ataques contra seu ex-chefe desde que deixou o cargo no final de 2020, em um contexto de disputas internas. Ele já avisou que "outras histórias prejudiciais" podem vir à tona, se Johnson não renunciar.


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