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Estado de Minas TUXTLA GUTIÉRREZ

Acidente rodoviário deixa 53 migrantes mortos no México

Tragédia ocorreu em estrada considerada ponto de acesso de viajantes sem documentos, quando caminhão bateu contra um muro em alta velocidade


10/12/2021 06:02 - atualizado 10/12/2021 08:49

Container destruído da carreta acidentada
Container da carreta ficou destruído no acidente com migrantes (foto: GABRIELA COUTINO / AFP)


A busca desesperada por chegar aos Estados Unidos foi responsável por uma nova tragédia: 53 migrantes centro-americanos morreram em um acidente de caminhão no sul do México.

Outras três pessoas ficaram feridas gravemente, informou o Ministério Público (MP) em comunicado, no qual anunciou que sua unidade de direitos humanos assumiu a investigação. Um balanço prévio de autoridades regionais registrou dezenas de feridos.

O acidente aconteceu em uma estrada do estado de Chiapas, principal ponto de acesso de viajantes sem documentos, quando o caminhão em que viajavam se chocou contra um muro, supostamente por excesso de velocidade.

Cobertos com lençóis brancos, os cadáveres foram dispostos em fila na estrada, em meio a uma intensa mobilização de paramédicos e autoridades, observou a AFP.

"Lamento profundamente a tragédia causada pelo capotamento de um caminhão em Chiapas que transportava migrantes centro-americanos. É muito doloroso. Abraço as famílias das vítimas", escreveu no Twitter o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

"Me solidarizo com os familiares das vítimas, a quem oferecemos toda a assistência consular necessária, inclusive com repatriações", declarou o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, na mesma rede social.

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, indicou que as vítimas são de diversos países.

"Com base nos depoimentos dos sobreviventes (...), a maioria deles é da Guatemala", informou Luis Manuel García, diretor estadual de Proteção Civil.

A tragédia ocorreu três dias depois da reativação por ordem judicial de um programa dos Estados Unidos que obriga os migrantes a esperar no México por uma resposta aos seus pedidos de asilo.

Os feridos foram levados para hospitais públicos e particulares, enquanto o Instituto Nacional de Migração informou que trabalha para "identificar os corpos, cobrir os gastos com os funerais e facilitar a repatriação dos cadáveres".

Também ofereceu "atenção humanitária" e ações para regularizar a situação migratória dos sobreviventes.

Imagens exibidas na televisão mostraram ambulâncias, bombeiros e equipes de resgate no local, enquanto alguns migrantes em choque aguardavam por atendimento médico.

A tragédia aconteceu entre a cidade de Chiapa de Corzo e a capital Tuxtla Gutiérrez.

"Precisamos de alternativas migratórias e vias legais para evitar tragédias como esta", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O transporte de migrantes em caminhões é um dos métodos mais comuns usados pelos traficantes para deslocar as pessoas pelo território mexicano, com o objetivo de chegar à fronteira norte do país e tentar atravessar para os Estados Unidos.

Esta modalidade também é uma das mais temidas, afirmaram à AFP viajantes na fronteira entre México e EUA.

De acordo com os depoimentos, os migrantes passam horas trancados em cabines sem ventilação e evitando beber água para não ter que urinar, sem que os motoristas respondam a seus pedidos para interromper a viagem e impedir que morram sufocados. Alguns falecem durante o trajeto.


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