"Vamos revelar a primeira estratégia do governo dos Estados Unidos contra a corrupção", disse um alto funcionário do governo em coletiva de imprensa por telefone.
Dois campos de ação emergem desse programa do presidente Biden, que no passado descreveu a corrupção como um "câncer" para as empresas.
De um lado, trata-se de endurecer a regulamentação das transações imobiliárias para evitar que sejam utilizadas para lavagem de dinheiro do narcotráfico e outros tráficos ilícitos, desvio de dinheiro público ou propina.
E, de outro, busca aumentar a transparência financeira, identificando melhor quem está por trás das empresas de fachada.
"Visto que os Estados Unidos são a maior economia do mundo, entendemos que temos uma responsabilidade especial de resolver nossas próprias deficiências regulatórias", disse o funcionário.
Isto, acrescentou, passa por uma melhor identificação dos beneficiários finais, ou seja, os verdadeiros proprietários dos ativos financeiros colocados nas empresas de fachada.
O Congresso aprovou uma lei em janeiro que exige que as empresas americanas declarem seus beneficiários reais ao governo federal. Isso marcou um avanço nos Estados Unidos, onde as leis sobre o assunto são extremamente flexíveis, por exemplo, em lugares como Delaware, o estado de Biden.
A Casa Branca quer regular melhor as transações imobiliárias, especialmente quando são feitas em dinheiro.
"O mercado imobiliário americano continua sendo usado como meio de lavagem de dinheiro", disse o Departamento do Tesouro em um comunicado.
Em um relatório publicado em agosto, o grupo de especialistas Washington Global Financial Integrity (GFI) estimou que, nos últimos cinco anos, pelo menos US $ 2,3 bilhões em dinheiro sujo foram lavados por meio de transações imobiliárias no país.
"No entanto, os Estados Unidos continuam sendo o único país do G7 que não exige que os profissionais do setor imobiliário cumpram as leis e regulamentos de combate à lavagem de dinheiro", acrescentou.
WASHINGTON