"As pessoas que viajam para o exterior não são pobres, vamos ser claros, e a classe média tem muitas opções dentro do país para o verão", disse o ministro à rádio Continental em entrevista citada pelo canal de notícias TN e pelo jornal La Nación.
"Quem quiser ir para o exterior, que vá, mas que pague", lançou Kulfas, que justificou a medida lembrando que se trata de "administrar um desequilíbrio na balança de divisas e fazer com que não faltem produtos que a Argentina necessita".
Ele reconheceu que existem "medidas que podem parecer um pouco antipáticas", mas "as reservas [do país] precisam ser robustas para sustentar um plano econômico consistente".
Na Argentina, existem limitações para a compra de dólares para poupança ou pagamento por pessoas físicas, e o preço do dólar no mercado paralelo ou "blue" quase duplica o do mercado oficial ou regulado (106,17 pesos por dólar).
Nesse contexto, o Banco Central resolveu "estabelecer, a partir de 26 de novembro, que as entidades financeiras e não financeiras emissoras de cartão de crédito não financiem em parcelas as compras realizadas com o cartão de crédito de seus clientes (...) de passagens no exterior e outros serviços turísticos no estrangeiro".
A decisão se soma às restrições às compras de dólares, enquanto Buenos Aires busca renegociar sua dívida de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A economia argentina emerge da recessão em que afundou em 2018, com uma expectativa de crescimento de 8,3% para este ano, após um colapso de 9,9% em 2020 sob o impacto da pandemia de covid-19.
No acumulado do ano, a inflação chega a 41,8% e alcança 52,1% em 12 meses, uma das maiores taxas do mundo.
BUENOS AIRES