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Estado de Minas ONDA DE VIOLÊNCIA

Equador troca chefe de presídios e das Forças Armadas após massacre

Crise carcerária no país tem 320 detentos mortos somente este ano e forte pressão sobre o presidente Guillermo Lasso na luta contra o narcotráfico


15/11/2021 14:48 - atualizado 15/11/2021 15:12

Militares guardam os arredores do presídio Guayas 1 em Guayaquil, Equador, em 14 de novembro de 2021
Guerra contra o narcotráfico no Equador provocou diversos e violentas rebeliões este ano (foto: Fernando Mendez/AFP)

O governo do Equador trocou nesta segunda-feira (15/11) o chefe do comando conjunto das Forças Armadas e também o responsável pelas penitenciárias, em meio a uma crise carcerária com assassinatos que deixaram mais de 320 presos mortos este ano e uma luta contra o narcotráfico.

O presidente Guillermo Lasso "aceitou a renúncia" tanto do chefe do comando conjunto, vice-almirante Jorge Cabrera, como do diretor do órgão encarregado das prisões (SNAI), Bolívar Garzón, informou a secretaria de Comunicação da presidência em nota.

O governador tomou essas decisões em reunião com os ministros do Governo e da Defesa, assim como com os chefes militares e de polícia para "definir as principais ações a seguir executando diante da situação carcerária", acrescenta o texto, embora não especifique os motivos das renúncias.

Lasso nomeou como novo chefe do comando conjunto o general Orlando Fuel, que ocupava o posto de comandante do Exército, e deixou a direção do SNAI à cargo de Marlo Brito, até então titular do Centro de Inteligência Estratégica (CIES). O general Luis Burbano ficou com o comando do Exército.

Estados de exceção

Entre sexta e sábado, houve um  massacre de 68 presos na principal penitenciária do porto de Guayaquil , palco também de outro confronto armado entre gangues ligadas ao tráfico de drogas em setembro, com 119 mortes, que constituiu um dos maiores massacres carcerários da América Latina.

O governo informou no domingo que "atualmente não há incidentes nos centros de privação de liberdade do país", que enfrentam uma crise há anos devido à violência e uma superpopulação de 30%.

três tanques em fila diante dos muros da penitenciária Guayas 1, no Equador, no sábado 13/11
Penitenciária de Guayas 1, palco de recorrentes rebeliões, tem 8.500 detentos e uma superlotação de 60% (foto: Fernando Mendez/AFP)


Frente à situação, Lasso decretou dois estados de exceção: um em 30 de setembro por 60 dias para as prisões, e outro em 18 de outubro também por 60 dias, mobilizando militares nas ruas em apoio à polícia em patrulhas e buscas.

Mas o Tribunal Constitucional limitou seu alcance, proibindo a entrada de militares nas prisões, limitando sua presença no exterior até o final deste mês, e determinando que patrulhassem as ruas por no máximo 30 dias.

A taxa de homicídios no país subiu de 7,8 por 100 mil habitantes em 2020 para 10,6 entre janeiro e outubro de 2021, segundo o governo do Equador, que apreendeu mais de 155 toneladas de drogas este ano, um novo recorde.

Os massacres carcerários são sangrentos, com corpos queimados, decapitados e desmembrados. Os presos se enfrentam com armas de fogo e explosivos.


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