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Estado de Minas SANTIAGO

Congresso chileno prolonga militarização de duas regiões


09/11/2021 21:20

O Congresso chileno aprovou nesta terça-feira (9) o pedido do presidente Sebastián Piñera para estender o estado de exceção e militarização que vigora há quase um mês em duas regiões do sul do país afetadas por conflitos com indígenas mapuches.

A Câmara dos Deputados aprovou com 76 votos a favor, 59 contra e 7 abstenções, estender o estado de exceção por mais 15 dias em quatro províncias das regiões de La Araucanía e Biobío.

O Senado apoiou a medida horas depois, com 21 votos a favor, 17 contra e 2 abstenções.

"A extensão desta ferramenta é a única forma de manter a tranquilidade na área de La Araucanía", disse o deputado Diego Schalper, do partido de direita Renovação Nacional.

A prorrogação ocorre depois que um indígena mapuche foi morto a tiros na última quarta-feira, três outras pessoas ficaram feridas e duas foram presas, na província de Arauco, uma delas em estado de emergência.

Piñera informou um dia depois que se tratou de um ataque de "um grupo terrorista" com armas de "calibre pesado" contra uma patrulha policial e militar.

A versão oficial contrasta com os depoimentos dos feridos e testemunhas, que afirmam que os militares atiraram contra os veículos que bloqueavam a passagem onde ocorreu o incidente.

"As nações originárias não precisam de militarização, porque está causando mais danos e estamos vendo as consequências", reagiu Elisa Loncon, acadêmica mapuche e presidente da Convenção Constituinte que está elaborando uma nova Constituição para o Chile.

O presidente anunciou a militarização das duas regiões no dia 12 de outubro e já a prorrogou uma vez por 15 dias. A nova prorrogação teve que ser solicitada ao Congresso.

A medida foi adotada em meio a um conflito histórico entre o povo mapuche, maior etnia chilena, e o Estado, do qual os indígenas reivindicam terras que consideram suas por direito ancestral e que foram entregues a particulares.

A violência aumentou na região na última década devido à falta de uma solução para o conflito, com ataques incendiários a propriedades privadas e caminhões. Os confrontos também trouxeram à luz a presença de organizações de narcotráfico e de autodefesa, bem como de operações policiais denunciadas como armadas por indígenas.

A sessão foi realizada horas depois de a Câmara ter votado a favor da realização de um processo de impeachment do presidente por seu envolvimento na polêmica venda da mineradora Dominga no paraíso fiscal das Ilhas Virgens, operação revelada nos Pandora Papers.


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