Em 29 de setembro, um rabino, Arié Lippo, foi preso pela polícia israelense enquanto orava silenciosamente na Esplanada das Mesquitas, que os judeus chamam de "Monte do Templo".
Desde que Israel tomou e anexou Jerusalém Oriental - uma manobra não reconhecida pela comunidade internacional - um acordo permite que os judeus tenham acesso a esplanada por algumas horas, mas não orem lá.
De acordo com a tradição judaica, o Monte do Templo é o lugar mais sagrado do Judaísmo.
A Esplanada das Mesquitas - onde o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa estão localizados - é o terceiro lugar mais sagrado do Islã. Tornou-se um símbolo da causa palestina e é administrado pelo Waqf, um órgão dependente da Jordânia.
O rabino preso foi proibido de visitar a Esplanada pela polícia por duas semanas.
Mas, na quinta-feira, a juíza Bilha Yaalom, do tribunal de Jerusalém, anulou a decisão, considerando que orar "silenciosamente em um canto" na Esplanada das Mesquitas não representava um "perigo para a ordem pública, conforme alegado pela polícia".
O anúncio questionou décadas de 'status quo' sobre aquele local icônico em Jerusalém, no coração do conflito israelense-palestino.
O Egito considerou que a decisão representava uma "violação" e a Jordânia afirmou que se opunha "firmemente" a qualquer julgamento israelense sobre os "locais sagrados" em Jerusalém.
Mas, nesta sexta-feira, a decisão do juiz Arié Romanoff, da corte de Jerusalém, anulou a decisão de quinta-feira.
"O fato de alguém ter visto [o rabino] rezando é a prova de que sua oração era visível. Reitero a decisão do policial", declarou o magistrado.
Em geral, os judeus rezam ao pé do Muro das Lamentações, na parte baixa da cidade.
JERUSALÉM