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Estado de Minas SANTIAGO

Chile inicia campanha presidencial com 50% dos eleitores indecisos


21/09/2021 15:46

Faltando dois meses para as eleições gerais no Chile, a disputa está aberta para sete candidatos que pretendem suceder o presidente conservador Sebastián Piñera, em uma campanha que começa nesta quarta-feira (22) e para a qual 50% dos eleitores estão indecisos.

De acordo com as pesquisas mais recentes, o jovem deputado de esquerda Gabriel Boric e o advogado de direita Sebastián Sichel lideram a disputa.

Em terceiro lugar está a senadora Yasna Provoste, da coalizão de centro-esquerda que dominou a política chilena após o retorno à democracia, mas que chega à campanha com apoio reduzido pelas críticas de que não se esforçou para reformar o modelo econômico liberal herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que é apontado como uma das principais causas da desigualdade no país.

De acordo com a última pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP), um 'think tank' de tendência liberal, metade dos chilenos ainda não decidiu em qual candidato votará, um índice sem precedentes nas últimas três décadas.

"O fato de 50% dos eleitores estarem indecisos mostra que a eleição será bastante aberta, e que os candidatos mais competitivos podem, durante a campanha, crescer o suficiente para ampliar seu apoio de parte da população", disse à AFP a acadêmica Pamela Figueroa, da Universidade de Santiago.

A título de comparação, faltando dois meses para as eleições de 2013, na qual triunfou a socialista Michelle Bachelet, as pesquisas mostravam 13% de indecisos, enquanto em 2017, quando venceu Piñera, eram 26,8%.

- 'Debates decisivos' -

A campanha inicia com uma pequena vantagem de Boric (13%), um deputado de 35 anos da coalizão de esquerda Apruebo Dignidad, que inclui o Partido Comunista. Em seguida, e com dois pontos a menos, está Sichel, de 44 anos, do bloco governante de direita Chile Vamos.

Com 6% aparece a democrata-cristã Provoste, ex-presidente do Senado, que tem o apoio dos partidos da coalizão de centro-esquerda, entre eles o Socialista. Logo atrás estão outros quatro candidatos com menos respaldo.

Prevê-se uma disputa acirrada entre Boric e Sichel, na qual "os debates serão decisivos e poderão ter um peso que não tiveram nos últimos 31 anos, desde o retorno à democracia", afirmou à AFP o analista Javier Couso, da Universidade Diego Portales. O primeiro debate televisivo será nesta quarta-feira (22).

Além de elegerem um novo presidente em 21 de novembro, os 14,7 milhões de eleitores chilenos também renovarão o Congresso e os Conselhos das 16 regiões do país. As novas autoridades tomarão posse de seus mandatos de quatro anos em 11 de março de 2022.

- 'Crise de legitimidade' -

A corrida eleitoral começa em meio a uma "crise de legitimidade e confiança" em torno das lideranças políticas, após o levante social de outubro de 2019, que evidenciou as desigualdades sociais no Chile e colocou em xeque o governo de Piñera, ma opinião da especialista Pamela Figueroa.

Para a analista, "os partidos políticos não conseguiram se adaptar às mudanças vividas pela sociedade chilena após a crise de outubro de 2019, e isso implica no desafio de suas candidaturas aprofundarem a transparência e a democracia".

Em maio, a eleição dos 155 membros da Assembleia Constituinte que redigirá uma nova Carta Magna para o país marcou um feito histórico com o triunfo surpreendente dos candidatos independentes sobre os aspirantes dos partidos políticos tradicionais.

Isso fez com que vários partidos buscassem uma "mudança geracional" em seus quadros para enfrentar o novo ciclo "de aprofundamento da democracia", segundo Figueroa.


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