Nizar Banat, palestino de 43 anos, era conhecido por seus vídeos postados no Facebook nos quais criticava a Autoridade Palestina, presidida por Mahmud Abbas, a quem acusava de corrupção.
Sua morte na quinta-feira, horas depois de ser detido pelas forças de segurança palestinas, gerou indignação na Cisjordânia, onde manifestantes pediram a saída do presidente palestino.
No sábado, milhares de pessoas foram às ruas em Hebron e Ramallah, onde a Autoridade Palestina tem sua sede.
Para o ativista palestino Ismat Mansur, a morte de Banat é só "a ponta do iceberg". "Queremos dissolver o governo e celebrar eleições para que o povo possa voltar a eleger seus dirigentes", declarou à AFP.
Em alguns cartazes dos manifestantes, lia-se: "Vão embora".
Em Ramallah, manifestantes atiraram pedras na direção das forças de segurança, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.
Milhares de pessoas compareceram na sexta-feira, em Hebron, ao funeral de Banat, que foi detido na madrugada de quinta-feira na casa de um tio, segundo sua família, que acusa as forças de segurança de tê-lo "assassinado".
O médico legista informou sobre sinais de impactos na cabeça, no peito, no pescoço, nas pernas e nas mãos. Entre o espancamento e sua morte passou menos de uma hora, segundo o doutor Samir Abu Zarzur.
O primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayyeh, anunciou a abertura de uma investigação.
Banat tinha sido candidato independente às legislativas palestinas, que deviam ter sido realizadas em maio e foram adiadas por Abbas sem data prevista.
Oitenta e quatro por cento dos palestinos consideram a Autoridade Palestina corrupta, segundo uma pesquisa publicada em meados de junho pelo Centro de Pesquisas Palestino sobre a Política e as Consultas (PCPSR), com sede em Ramallah.
A Autoridade Palestina tem poderes limitados em cerca de 40% da Cisjordânia, território palestino ocupado pelo exército israelense desde 1967. Israel, que controla todos os acessos, administra o restante deste território, assim como as colônias instaladas ali.
RAMALLAH