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Estado de Minas LIMA

Peru completa uma semana sem saber quem será o novo presidente


13/06/2021 17:52 - atualizado 13/06/2021 17:55

O Peru completou uma semana neste domingo(13) sem saber quem será seu novo presidente, enquanto o candidato de esquerda Pedro Castillo mantém uma ligeira vantagem na lenta contagem e a candidata de direita Keiko Fujimori insiste em denunciar uma "fraude".

Castillo lidera por 49.000 votos -50,14% contra os 49,86% de Fujimori - após a contagem de 99,93% das mesas de votação do último domingo, que a Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) considerou sem "irregularidades graves".

O Peru, que teve três presidentes em 2020, sofre com a incerteza, enquanto Fujimori mobiliza seus seguidores às ruas para denunciar "fraudes" e "fatos gravíssimos" na votação e na apuração.

Castillo, por sua vez, se considera vencedor e pediu ao seu povo, na noite de sábado, "paciência" e "serenidade".

Ele também pediu "para não cair na provocação, já que estamos em um momento crítico."

"Há muito em jogo: quem é o vencedor num momento em que a diferença é pequena e não sabemos ao certo o volume de votos contestados [...], e está em jogo a legitimidade do processo eleitoral, ", disse à AFP a analista, Sonia Goldenberg.

"Há um sentimento de ambos os lados de que o Júri Eleitoral Nacional (JNE) não é confiável, o que é grave em uma situação como esta, e não sabemos se os dois candidatos aceitarão o resultado", acrescentou.

- Novo Congresso -

O JNE, que analisa o contagem do órgão eleitoral (ONPE) e proclama o vencedor, está sob pressão de apoiadores de ambos os candidatos, que se manifestam diariamente em frente à sua sede, no centro de Lima.

Neste domingo, quando houve uma espécie de pausa nas disputas eleitorais, o JNE divulgou a distribuição das 130 cadeiras no Congresso que acompanhará o futuro presidente, eleito paralelamente ao primeiro turno presidencial, em 11 de abril.

As maiores bancadas serão do partido Peru Livre, de Castillo, com 37 assentos, e Força Popular, de Fujimori, com 24, o que significa que o novo presidente terá que buscar alianças para seus projetos (são necessários 66 votos para aprovar uma lei) ou para se salvar da destituição, um processo muito rápido no Peru, para o qual são necessários 87 votos.

O novo presidente e o novo Congresso devem tomar posse em 28 de julho, dia em que o Peru comemora o bicentenário da independência.

- O alcançará? -

O JNE ainda não decidiu sobre os pedidos de contestação de milhares de votos e centenas de atas das assembleias de voto, especialmente de Fujimori, a última esperança que ela tem para reverter os resultados.

"Keiko pode ainda diminuir a diferença, mas é muito difícil alcançá-lo. O resultado pode mudar, não é impossível, mas está cada vez mais difícil", disse a cientista política e acadêmica Jessica Smith à AFP.

"No caso de Keiko reverter o resultado, quem vai acusar de fraude são os partidários de Castillo", disse.

O analista Hugo Otero diz que Fujimori, diante do que parece ser uma vitória iminente de Castillo, tenta lançar dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral.

"É a maneira de livrar-se do fracasso, da queda", disse à AFP o ex-assessor do ex-presidente Alan García.

- "Queremos transparência" -

Na noite de sábado, Fujimori participou de uma manifestação colorida e barulhenta com milhares de seguidores na Plaza Grau em Lima, onde repetiu suas alegações de fraude.

"Estamos aqui para respeitar o nosso voto, para que a ata seja analisada, queremos uma eleição transparente", disse a candidata de 46 anos, que terá de ir a julgamento por suposta lavagem de dinheiro se perder a eleição.

Um promotor pediu sua prisão preventiva na quinta-feira, por supostamente violar as regras de sua liberdade condicional pelo caso de contribuições ilegais da Odebrecht.

O pedido do promotor aumentou a tensão em meio à lentidão da contagem, em um país atolado em convulsões políticas por um período de cinco anos, e será decidido por um juiz em 21 de junho.

Toda a tensão gerada após a votação se soma aos danos causados pela pandemia, que deixa 188.000 mortos no país com a maior taxa de mortalidade por covid-19 do mundo.

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