A instalação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ocorreu um dia depois que o Parlamento, com uma grande maioria do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), nomeou as novas autoridades com três dos cinco principais reitores ligados ao chavismo.
O CNE tem se concentrado na crise política venezuelana nos últimos meses com vistas às eleições para governador marcadas para este ano, após negociações fracassadas entre delegados do governo de Maduro e o líder da oposição Juan Guaidó.
A maioria da oposição boicotou as eleições presidenciais de 2018 e legislativas de 2020, chamando-as de fraudulentas e não reconhecidas pelos Estados Unidos e dezenas de países da Europa e da América Latina.
"Este órgão que está sendo instalado hoje é o resultado de um acordo nacional" para "redirecionar a Venezuela para a estabilidade política", disse Calzadilla em um anúncio transmitido pela televisão.
O historiador de 59 anos foi Ministro da Cultura do falecido presidente Chávez entre 2011 e 2013.
Maduro o nomeou Ministro da Educação Universitária em 2013, após a morte do líder socialista, cargo que ocupou até 2014.
Tania D'Amelio -o único nome que se repete da diretoria eleitoral anterior-, Alexis Corredor Pérez, Enrique Márquez e Roberto Picón são os outros quatro principais reitores eleitos na terça-feira pela Assembleia Nacional unicameral, na qual o chavismo controla 256 dos 277 assentos.
Márquez, líder da oposição afastado de Guaidó, foi nomeado vice-presidente da CNE.
D'Amelio chefiará a Mesa Eleitoral, entidade da CNE responsável pela organização técnica das eleições, e Corredor Pérez será o responsável pelo registo dos eleitores. Ambos foram membros do PSUV.
"Estamos em boas mãos!", comemorou Maduro após a instauração do conselho que, segundo o presidente, foi fruto de um "acordo" com setores da oposição.
"Foi um acordo político, como deve ser, discutido e negociado com todos os setores da oposição, que produziu uma CNE muito forte", afirmou o presidente em discurso transmitido na televisão estatal.
A oposição liderada por Guaidó rejeitou as nomeações, "cujo propósito não é outro senão 'normalizar' a imposição arbitrária e ditatorial no poder daqueles que tanto prejudicaram o país e dividiram as forças democráticas", diz um comunicado divulgado pelo gabinete do opositor nesta quarta-feira.
CARACAS