(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DUBAI

Huthis reivindicam ataque com drones em Riade e avançam para cidade estratégica no Iêmen


19/03/2021 17:07 - atualizado 19/03/2021 17:14

Um ataque com drones realizado nesta sexta-feira (19) provocou um incêndio em uma refinaria de petróleo na capital saudita e foi reivindicado pelos rebeldes huthis do Iêmen, que realizaram um avanço estratégico no norte do país em guerra.

Este é o segundo grande ataque desde o início de março contra instalações energéticas sauditas, o que destaca a escalada do conflito no vizinho Iêmen, um país devastado pela guerra no qual os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, enfrentam o governo, apoiado por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.

"A refinaria de petróleo de Riade foi atacada com drones, o que gerou um incêndio que foi controlado", disse o ministério saudita de Energia, destacando que não houve vítimas.

O governo condenou um "ataque covarde" e garantiu que não foi dirigido unicamente contra o reino, mas contra a economia e a segurança econômica mundiais.

Os huthis confirmaram a responsabilidade no ataque realizado com seis drones e que teve como alvo a gigante do petróleo Saudi Aramco, em resposta à "agressão brutal" da coalizão militar no Iêmen.

Os Estados Unidos condenaram o ataque. "Condenamos as tentativas huthis de interromper o abastecimento energético mundial atentando contra a infraestrutura saudita", disse Jalina Porter, porta-voz adjunta do Departamento de Estado.

"Esta atitude demonstra um flagrante desprezo pela segurança dos civis que trabalham ou vivem perto destes locais", acrescentou Porter em declarações à imprensa.

No início de março, Riade anunciou que um drone atacou um grande porto de petróleo e que um míssil balístico foi lançado contra instalações da Aramco no leste da Arábia Saudita.

- Marib "está em perigo" -

Além disso, o ataque desta sexta-feira coincidiu com um grande avanço dos rebeldes huthis em sua ofensiva contra a cidade estratégica de Marib, a última fortaleza do governo no norte do Iêmen.

De acordo com um oficial, os rebeldes "tomaram o controle do Monte Hilan, que cerca Marib, depois de confrontos que deixaram dezenas de mortos" entre os combatentes.

"Marib está em perigo", declarou outro responsável pró-governo.

Depois de seis anos de guerra, os huthis reativaram, em fevereiro, sua ofensiva na região de Marib, onde há importantes campos petroleiros.

Marib está 120 quilômetros ao leste da capital, Sanaa, controlada desde 2014 pelos huthis, assim como grande parte do norte do país.

Depois da tomada do Monte Hilan, a coalizão árabe liderada por Riade lançou uma dezena de ataques aéreos contra as posições dos huthis, disse outra fonte do governo.

No entanto, os especialistas se mostraram prudentes, alegando que uma intervenção da coalizão internacional poderia atrasar uma eventual vitória huthi.

"Uma queda iminente de Marib continua sendo pouco provável", afirmou à AFP Majed al-Madhaji, do grupo de reflexão Sanaa Center.

A ofensiva deixou centenas de combatentes mortos e centenas de famílias deslocadas na região, que abriga mais de um milhão de pessoas deslocadas.

"Nossos filhos estão aterrorizados", disse à AFP Oum Alí, uma moradora. "Marib continuará inabalável", disse outro morador, Mohammed Yahya.

- Posição de força -

A tomada da cidade por parte dos huthis seria um duro golpe para as forças governamentais e também para a Arábia Saudita. Além disso, proporcionaria aos rebeldes uma nova fonte de receita e uma posição forte na mesa de eventuais negociações.

Na quinta-feira, os rebeldes pediram a Riade o fim do bloqueio aéreo e marítimo imposto a seu país, como precondição para qualquer cessar-fogo.

Nesse mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU condenou esta "escalada" em torno de Marib e alertou sobre o agravamento da já terrível situação neste país, devastado pela guerra.

A batalha de Marib "põe em grave risco um milhão de pessoas deslocadas no país e ameaça os esforços para alcançar uma solução política em um momento, em que a comunidade internacional está cada vez mais unida em seus esforços para pôr fim ao conflito", declarou o Conselho em um comunicado.

O conflito causou, segundo a ONU, a crise humanitária mais grave do mundo, com dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e uma população à beira da fome, denunciam organizações de direitos humanos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)