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Estado de Minas INTERNACIONAL

Morre John Magufuli, presidente da Tanzânia e negacionista da COVID-19

Informe oficial dá como causa da morte uma parada cardíaca. Extraoficialmente, noticiou-se que o político havia contraído o novo coronavírus


17/03/2021 19:53 - atualizado 17/03/2021 20:47

 

Ex-professor de química, Magufuli zombou de testes de coronavírus, denunciou as vacinas como parte de uma conspiração ocidental para tirar a riqueza da África e se opôs ao uso de máscaras e ao distanciamento social(foto: Ericky Boniphace/AFP)
Ex-professor de química, Magufuli zombou de testes de coronavírus, denunciou as vacinas como parte de uma conspiração ocidental para tirar a riqueza da África e se opôs ao uso de máscaras e ao distanciamento social (foto: Ericky Boniphace/AFP)
O presidente da Tanzânia, John Magufuli, um dos céticos mais proeminentes do novo coronavírus da África, morreu aos 61 anos. Sua morte foi anunciada na TV pela vice-presidente do país, Samia Suluhu Hassan, nesta quarta-feira (17/3), após ausência de mais de duas semanas da vida pública – que levou a especulações sobre a saúde dele. Segundo Hassan, presidente morreu por causa de um "problema cardíaco".

Magufuli não era visto em público desde 27 de fevereiro, gerando rumores de que ele havia contraído a COVID-19. As autoridades negaram, em 12 de março, que ele tivesse adoecido. É o primeiro presidente da Tanzânia a morrer durante o mandato.

"Caros tanzanianos, é triste anunciar que hoje, 17 de março de 2021, por volta das 18h, perdemos nosso bravo líder, o presidente John Magufuli, que morreu de doença cardíaca no hospital Mzena em Dar es Salaam, onde estava recebendo tratamento ", disse a vice-presidente em transmissão da emissora estatal TBC.

Ela disse que os preparativos para o funeral estavam em andamento e anunciou 14 dias de luto e hasteamento de bandeiras a meio mastro.

O primeiro-ministro Kassim Majaliwa disse na sexta-feira que havia falado com Magufuli e culpou alguns tanzanianos "odiosos" que viviam no exterior pela narrativa da doença do presidente.

Tundu Lissu, o principal rival de Magufuli nas eleições de outubro, nas quais o presidente ganhou um segundo mandato de cinco anos, sugeriu que o líder da Tanzânia foi levado de avião para o Quênia para tratamento contra a COVID-19 e depois transferido para a Índia em coma. Lissu vive exilado na Bélgica.

'Deus e inalação'


Apelidado de "escavadeira" por sua reputação de promover políticas apesar da oposição, Magufuli frustrou a Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia por minimizar a ameaça do coronavírus, dizendo que "Deus e inalação" protegeriam os tanzanianos.

O ex-professor de química zombou de testes de coronavírus, denunciou as vacinas como parte de uma conspiração ocidental para tirar a riqueza da África e se opôs ao uso de máscaras e ao distanciamento social.

A Tanzânia parou de relatar dados da COVID-19 em maio do ano passado, quando informou ter registrado 509 casos e 21 mortes, de acordo com a OMS, que pediu ao governo que fosse mais transparente.

Em fevereiro, a Tanzânia, que alegava estar livre da COVID-19 graças às orações, vivenciou uma onda de mortes atribuídas oficialmente à pneumonia.

No dia 19, no funeral do chefe da administração pública John Kijazi, cuja causa da morte não foi informada, Magufuli admitiu a presença de uma "doença respiratória" no território.

No dia 24, o ministro da Economia Philip Mpango, que tossia e respirava com dificuldade, foi obrigado a desmentir em uma entrevista coletiva os rumores de que Kijazi teria morrido de COVID-19.

Magufuli apareceu pela última vez em público em 27 de fevereiro. Desde então, o devoto católico faltou a missa três vezes.

Ele foi reeleito para um segundo mandato em 2020, ganhando 84% dos votos em uma eleição que a oposição disse ter sido marcada por irregularidades e cujos resultados rejeitou. 

Quem assume


De acordo com a Constituição da Tanzânia, a vice-presidente Hassan, de 61 anos, deve assumir a presidência pelo restante do mandato.

Ela se tornará a primeira mulher presidente de uma nação da África Oriental.

Nascida no arquipélago semi-autônomo de Zanzibar, Hassan estudou economia no Reino Unido, trabalhou para o Programa Mundial de Alimentos da ONU (FAO) e depois ocupou vários cargos no governo antes de se tornar a primeira mulher vice-presidente da Tanzânia em 2015.

Hassan disse que Magufuli foi internado em 6 de março no Jakaya Kikwete Cardiac Institute por problemas cardíacos e teve alta no dia seguinte.

Uma semana depois, ele se sentiu mal e foi levado às pressas para o hospital de Mzena, onde estava recebendo tratamento sob supervisão de médicos do instituto cardíaco. (Com agências internacionais)


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