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Estado de Minas BOGOTÁ

Violência contra jornalistas na Colômbia aumentou desde acordo de paz, diz ONG


09/02/2021 21:49

Na Colômbia, a violência contra os jornalistas aumentou desde a assinatura do acordo de paz com a ex-guerrilha das Farc, em 2016, revelou nesta terça-feira (9) um relatório da Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP, na sigla em espanhol).

A ONG informou que as ameaças, os homicídios, os deslocamentos e o exílio se intensificaram "de forma significativa" nos últimos quatro anos, com um total de 1.013 agressões a jornalistas.

Neste período, oito deles foram assassinados, segundo a FLIP.

As principais violações à liberdade de imprensa em 2020 foram as ameaças (152 casos contra 90 em 2016), a obstrução ao trabalho jornalístico (44 contra 38), as agressões físicas (30 contra 36) e a estigmatização (19 contra 17).

Na Colômbia, os jornalistas Abelardo Liz e Felipe Guevara foram assassinados em 2020, situando o país como o terceiro mais perigoso para a imprensa nas Américas, atrás do México (com oito homicídios) e de Honduras (com três), segundo o estudo "Páginas para a liberdade de expressão".

A ONG, que difundiu a publicação por ocasião do Dia do Jornalista na Colômbia, destacou que "as vítimas eram repórteres de veículos indígenas ou comunitários, sobre os quais pesa um estigma perigoso".

Os homicídios ocorreram em regiões "desprotegidas pelo Estado", as advertências de ameaças não foram investigadas e os crimes estão impunes.

Flagelada por um conflito armado de mais de meio século, a Colômbia acreditava ter virado a página da violência com o desarmamento daquela que foi a guerrilha mais poderosa do continente.

Mas um novo ciclo de chacinas, assassinatos seletivos e a explosão do narcotráfico castigam o país.

A principal ONG de defesa dos direitos dos jornalistas na Colômbia registrou um aumento de 10% nas ameaças a comunicadores em 2020 com relação ao ano anterior e expressou "maior preocupação", levando em conta que a pandemia impôs medidas de confinamento em todo o país.

As agressões ocorrem da parte de funcionários públicos, particulares, de membros da força pública, grupos criminosos, paramilitares e guerrilha, e outros autores que não foram identificados.

A FLIP chamou atenção especial à "capacidade de intimidação" do Estado colombiano aos jornalistas.

"Uma operação alarmante de espionagem (a repórteres), o abuso da força policial contra a imprensa durante as manifestações e a atitude displicente e estigmatizante por parte de funcionários do mais alto nível se sucedem com tal flagrância e reiteração que é impossível não assumi-lo como uma mensagem na qual a imprensa é entendida como oposição", afirmou Jonathan Bock, diretor da FLIP.

A ONG registrou 162 homicídios associados ao exercício do trabalho jornalístico desde 1938, dos quais cerca de 80% estão impunes.


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