Um juiz libanês, encarregado da investigação sobre a devastadora explosão no porto de Beirute em agosto, acusou o primeiro-ministro resignado, Hassan Diab, e três ex-ministros de negligência, afirmou uma fonte judicial nesta quinta-feira (10) à AFP.
Diab e os ex-ministros Ali Hassan Khalil (Finanças) e Ghazi Zaayter e Yussef Fenianos (Obras Públicas e Transporte) foram acusados de "negligência e causar mortes".
O juiz Fadi Sawan começará a interrogar Diab na segunda-feira e os ex-ministros nos dias seguintes, disse à AFP esta fonte judicial, que pediu o anonimato.
É a primeira vez que se acusa no Líbano um primeiro-ministro em exercício de suas funções.
O gabinete de Diab reagiu imediatamente, afirmando que o ministro está com a consciência tranquila.
"Ele está seguro de ter as mãos limpas e de ter administrado o expediente de maneira responsável e transparente. Isso vai além da pessoa e ataca o cargo (de primeiro-ministro) como tal", acrescentou.
Ele acusou o juiz Sawan de "violar a Constituição e contornar o Parlamento" e acrescentou que Diab "facilitou toda a informação que tinha sobre o caso".
A explosão de 4 de agosto no porto de Beirute foi causada por um incêndio em um depósito que armazenava há anos toneladas de nitrato de amônio sem medidas de precaução.
Hassan Diab renunciou alguns dias após o drama, que deixou mais de 200 mortos, mas continua liderando provisoriamente o governo até que Saad Hariri, presidente do conselho de ministros do Líbano, forme um novo.