(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Boris Johnson diz que bom acordo pós-Brexit ainda é possível


09/12/2020 15:42

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, viajou nesta quarta-feira (9) para Bruxelas para tentar desbloquear as negociações em uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerando que ainda é possível alcançar "um bom acordo", embora difícil.

Johnson viaja para Bruxelas durante a tarde e terá um jantar de trabalho com Von der Leyen.

O encontro pode selar o destino das negociações para um acordo sobre a relação pós-Brexit.

Um bom acordo ainda é possível", afirmou no Parlamento, antes da viagem. "Mas, com ou sem acordo, não tenho qualquer dúvida de que este país vai prosperar com força", acrescentou.

Depois de meses de esforços, as negociações estão paralisadas em três temas: direitos de navios pesqueiros europeus em águas britânicas, normas de concorrência e ajudas estatais, além da gestão jurídica da futura relação, em particular a solução de controvérsias.

Johnson e Von der Leyen conversaram por telefone no sábado e na segunda-feira e, nas duas ocasiões, admitiram que não estavam reunidas as condições para um acordo.

O Reino Unido saiu oficialmente da UE em 31 de janeiro. Desde então, as partes estão em um período de transição, que termina em 31 de dezembro, quando Londres sairá definitivamente do mercado comum e da união alfandegária.

O principal negociador da UE, Michel Barnier, afirmou na terça-feira que o bloco "jamais" sacrificará seu futuro para obter um acordo, em uma referência evidente à incapacidade de fazer mais concessões.

"O acesso ao nosso mercado tem condições", completou.

Nesta quarta-feira, a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, também afirmou que "ainda há possibilidades de chegar a um acordo", mas destacou que o eventual entendimento deve "preservar a integridade do mercado interno" europeu.

De acordo com a UE, o encontro pretende verificar se os bloqueios que persistem ainda podem ser superados para evitar uma ruptura total.

Eric Maurice, analista da Fundação Schuman, destacou que "o encontro parece a última oportunidade para ver se as 'linhas vermelhas' de cada parte ainda podem ser movimentadas".

- Superar obstáculos -

Uma fonte diplomática europeia disse à AFP que a equipe da UE não fará mais concessões.

"O ponto crítico da negociação é a cláusula de equivalência exigida pela UE para evitar distorções de concorrência, se o Reino Unido se negar a se alinhar com os padrões fiscais, sociais e ambientais", disse a mesma fonte.

Uma fonte britânica afirmou que é necessário admitir que "um acordo pode ficar fora de alcance, pois não cederemos em defender a soberania do Reino Unido".

Em um gesto que foi interpretado como um sinal de boa vontade, Londres e Bruxelas anunciaram na terça-feira um acordo sobre o comércio pós-Brexit na Irlanda do Norte, após uma reunião entre o ministro de Gabinete britânico, Michael Gove, e o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic.

"Com o acordo, o Reino Unido retirará as cláusulas (...) do projeto de Lei de Mercado Interno" que, em violação à lei internacional, revogavam unilateralmente partes do Tratado de Retirada.

Este projeto de lei havia sido recebido com fúria pela UE, que ameaçou levar o caso aos tribunais internacionais. Assim, o gesto britânico de eliminar as cláusulas polêmicas é visto como um aceno à possibilidade de um acordo geral.

Os líderes europeus participarão de uma reunião de cúpula na quinta e na sexta-feiras em Bruxelas. A ideia é que o encontro não tenha o Brexit na agenda.

Os países do bloco têm outros temas importantes para debater: o agravamento das tensões com a Turquia e o veto de Hungria e Polônia à aprovação do orçamento plurianual e ao gigantesco plano de recuperação econômica pós-pandemia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)