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Estado de Minas

Conflito na Etiópia está 'fora de controle', alerta Bachelet


09/12/2020 14:06

O conflito na Etiópia, que opõe desde o início de novembro as forças do governo federal e as da região de Tigré, está "fora de controle" - afirmou a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, nesta quarta-feira (9).

"A situação na Etiópia é realmente preocupante e volátil", disse Bachelet em entrevista coletiva em Genebra, insistindo no impacto que o conflito tem sobre a população civil.

Cerca de 50.000 etíopes se refugiaram no Sudão, do outro lado da fronteira, enquanto boa parte dos 96.000 refugiados provenientes da Eritreia que estavam na área fugiram. Agora, eles se encontraram em acampamentos precários, isolados e sem ajuda humanitária.

Milhares de pessoas morreram na ofensiva ordenada pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2019, para expulsar os líderes do Tigré, procedentes da Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF).

Segundo Bachelet, "a luta continua em Tigré, apesar de o governo federal dizer o contrário".

Ela acrescentou que seus serviços puderam confirmar informações sobre "graves violações dos direitos humanos", sequestros e violência sexual.

"Foi relatado que jovens do Tigré estão sendo recrutados à força para lutar contra sua própria comunidade", afirmou a alta comissária, destacando a urgência de se poder visitar o país para fazer uma avaliação independente da situação.

Bachelet também denunciou os entraves colocados à distribuição da ajuda. "Apesar de um acordo entre o governo e as Nações Unidas, o acesso não tem sido possível", acrescentou.

A representante dos direitos humanos da ONU expressou sua preocupação com a alegada discriminação contra os habitantes de Tigré no restante do país.

"Ouvimos falar de demissões, inclusive de funcionários públicos, de perseguição a jornalistas do Tigré e de declarações de ódio contra os habitantes daquela região. Esse tipo de ação discriminatória é profundamente injusto, provoca divisão e prepara o terreno para a instabilidade e o conflito", concluiu.


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