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Estado de Minas ABRIGO

Aposentada chinesa mora em casa com 1.300 cachorros e gatos

Milhões de chineses agora possuem um animal de quatro patas, o que antes era proibido por lei, mas Weng Junhong exagerou...


07/12/2020 09:54 - atualizado 07/12/2020 11:07

Aposentada pegou primeiro filhote abandonado nas ruas há 20 anos e não parou mais(foto: NOEL CELIS / AFP)
Aposentada pegou primeiro filhote abandonado nas ruas há 20 anos e não parou mais (foto: NOEL CELIS / AFP)

Ela dedica todo o seu tempo, economias e todos os cômodos da sua casa a eles. No sudoeste da China, Weng Junhong, 68, abriga mais de 1.300 cachorros de rua em sua residência, que recebe novos hóspedes todos os dias.


Há 20 anos, Wen pegou um filhote de cachorro abandonado em uma rua da cidade de Chongqing. Desde então, não parou de pegar cães perdidos, protegendo-os dos acidentes de estrada e da faca do açougueiro.


"É importante se ocupar desses cachorros", explica a enérgica aposentada. "A Terra não foi feita apenas para o ser humano, também pertence aos animais", defende.


Embora ter um animal doméstico possa ser considerado algo "burguês" e estivesse proibido pelo governo comunista, a tendência se inverteu nos últimos 20 anos e milhões de chineses agora possuem um animal de quatro patas, apesar de às vezes acabarem abandonando-os.

Leia também: Cães e gatos devem ser vacinados a partir desta segunda (7/12)


A China, que não tem uma lei sobre o bem-estar animal, possui dezenas de milhões de cães e gatos de rua, segundo a associação AnimalAsia.


Esses animais não costumam ser esterilizados, o que gera uma grande pressão nos abrigos para animais.


Wen encontra frequentemente novos inquilinos em frente à sua porta e recebe "pedidos de ajuda todos os dias".


Além dos seus 1.300 cachorros, Wen também aloja centenas de gatos, quatro cavalos, coelhos e pássaros.


De mudança em mudança 


Animais vivem em pequenas gaiolas e muitos criticam a situação (foto: NOEL CELIS / AFP)
Animais vivem em pequenas gaiolas e muitos criticam a situação (foto: NOEL CELIS / AFP)

Sua jornada começa às 4h00, com a tarefa pesada de retirar entre 20 e 30 baldes de excrementos. Depois, prepara o café da manhã: 500 kg de alimentos, que Wen cozinha ela mesma em uma enorme bacia.


Cada cômodo de sua casa está cheio de gaiolas empilhadas umas sobre as outras.


A casa é a mais recente de Wen até o momento, que se viu obrigada a mudar várias vezes, perseguida pela vingança de seus vizinhos.


A venda de sua casa anterior permitiu o financiamento da atividade, para a qual também pegou um empréstimo de 60.000 iuanes (7.500 euros; 9.000 dólares), enquanto gastava suas economias e seu salário de aposentada como técnica ambiental.


Desde que se tornou conhecida nas redes sociais, Wen passou a receber doações. Ela espera que sua fama incentive as pessoas a adotarem um animal de estimação, embora os recém-chegados continuem superando os que se vão: durante a visita da AFP chegaram mais seis cachorros.


A fama, no entanto, também recebe críticas: "Estar trancado em uma gaiola minúscula não é melhor do que estar na rua", diz um internauta.


Para ajudá-la, Wen conta com seis funcionários, que dormem no mesmo quarto cheio de sacolas de comida para os animais.


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