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Estado de Minas

Após quatro anos de caos, Biden tem a difícil missão de redirecionar a diplomacia dos EUA

Biden entrará na Casa Branca com muito mais experiência em política externa do que qualquer presidente em décadas


07/11/2020 17:50 - atualizado 07/11/2020 18:10

Biden prometeu avançar no combate aos desafios globais, como a mudança climática e a pandemia de covid-19(foto: ALEX EDELMAN / AFP)
Biden prometeu avançar no combate aos desafios globais, como a mudança climática e a pandemia de covid-19 (foto: ALEX EDELMAN / AFP)


O presidente eleito Joe Biden prometeu restaurar a liderança mundial dos Estados Unidos durante a campanha eleitoral, mas depois de quase quatro anos de normas quebradas pelo republicano Donald Trump, o retorno da diplomacia americana tradicional parece difícil em um mundo mudado.


Senador durante 36 anos e vice-presidente por mais oito sob o governo de Barack Obama, Biden entrará na Casa Branca com muito mais experiência em política externa do que qualquer presidente em décadas se vencer Trump em 3 de novembro.


E em vários assuntos, a ruptura com a era Trump será óbvia. Biden quer voltar ao Acordo de Paris sobre o clima e à Organização Mundial da Saúde que Trump abandonou este ano. Pretende organizar em seu primeiro ano na Casa Branca uma "cúpula das democracias", reafirmar seu apego ao multilateralismo e fazer as pazes com os aliados ocidentais menosprezados pela diplomacia 'trumpista'.


Para Celia Belin, do grupo de especialistas Brookings Institution, "existe o risco" de que Biden "veja o mundo como era quando deixou o cargo e não como é hoje" e que esteja tentado a um simples "retorno à normalidade".


"Mas o mundo mudou e Trump mudou as regras do jogo em muitos assuntos para que isso seja possível", disse à AFP. Biden prometeu avançar no combate aos desafios globais, como a mudança climática e a pandemia de covid-19. Pediu maior firmeza em relação aos direitos humanos por parte de aliados como Arábia Saudita, Egito e Turquia, cujos líderes cortejaram Trump.


- Virada na América Latina -


Em relação à América Latina, Michael Shifter, presidente do Diálogo Interamericano com sede em Washington, considerou "pouco provável" que Biden reviva seus anos com Obama.


"As circunstâncias mudaram drasticamente, o que se reflete na crise econômica, resultado da pandemia, que devastou a região", apontou à AFP.


"A desastrosa situação na Venezuela só se agravou desde que Obama deixou o cargo e exigiria um replanejamento sob o governo de Biden", acrescentou.


Washington deverá considerar também a crescente concorrência global entre Estados Unidos e China, assim como as novas relações internacionais da Venezuela, ultimamente próxima do Irã, além de seus laços com Moscou, Pequim e Havana.


Segundo Shifter, a abordagem de Biden para a América Latina seria oposta à de Trump. "Sua linguagem não seria agressiva e insultante, mas respeitosa, enfatizando as associações e consultas em vez das táticas de acusação e intimidação", disse.


E sobre a questão das drogas, observou ele, "provavelmente reaparecerá a noção de 'responsabilidade compartilhada', que não foi ouvida em Washington nos últimos quatro anos".


- Objetivos comuns -


Biden muito provavelmente não menosprezará os aliados estrangeiros, nem ameaçará com iniciar uma guerra com um tuíte, mas também não é o polo oposto de Trump.


Assim como o magnata imobiliário, o democrata costuma enfatizar suas habilidades de negociação e seus vínculos pessoais com os líderes em vez de semear uma grande estratégia geopolítica.


"Os Estados Unidos são nosso aliado mais importante e estou ansioso para trabalhar de perto em nossas prioridades comuns, desde a mudança climática até o comércio e a segurança", tuitou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, um dos líderes europeus mais próximos de Trump.


A chanceler alemã, Angela Merkel, insistiu em laços transatlânticos "insubstituíveis", e o presidente francês Emmanuel Macron pediu uma reação "conjunta" aos "desafios de hoje", após as divisões dos últimos quatro anos entre americanos e europeus.


No entanto, Biden concorda com Trump em vários assuntos cruciais.


Cético há muito tempo da guerra dos Estados Unidos no Afeganistão, Biden apoiou a retirada das tropas.


Em linha com o crescente foco bipartidário de Washington sobre a China, Biden também pediu firmeza em relação ao comércio, à segurança e aos direitos humanos.


Os dois candidatos trocam, inclusive, críticas sobre quem seria mais duro com o gigante asiático.


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