A Turquia iniciou, neste sábado (29), novos exercícios militares no Mediterrâneo Oriental, os quais devem durar duas semanas, em meio à escalada de tensão entre Ancara e Atenas em uma zona marítima rica em hidrocarbonetos.
Em uma nota de informação marítima (Navtex) publicada na noite de sexta-feira, a Marinha turca informou que fará "exercícios de tiro" de 29 de agosto a 11 de setembro, em uma área ao largo da costa da cidade de Anamur (sul Turquia), ao norte da ilha do Chipre.
Na quinta-feira (27), Ancara já havia anunciado que os exercícios de tiro aconteceriam na terça e na quarta-feiras em um setor mais ao leste.
Essas manobras militares ocorrem em meio à espiral de tensão no Mediterrâneo Oriental, onde a descoberta de reservas significativas de gás nos últimos anos reacendeu uma disputa territorial entre a Turquia, por um lado, e Grécia e Chipre, por outro.
Esta semana, Ancara e Atenas fizeram manobras rivais que preocuparam os países europeus.
Na sexta-feira, o Ministério da Defesa da Turquia alegou que caças de Ancara interceptaram seis aeronaves gregas que se aproximavam de uma área onde um navio de pesquisa turco se encontra estacionado, forçando-os a recuar.
Foi esse navio de prospecção implantado em águas reivindicadas pela Grécia, em 10 de agosto, que deflagrou a escalada entre os países vizinhos.
Também ontem, a União Europeia ameaçou aplicar novas sanções à Turquia, se não houver progresso no diálogo entre Ancara e Atenas.
"O fato de a UE exigir o diálogo, por um lado, e preparar outros planos, por outro, reflete uma falta de sinceridade", reagiu o vice-presidente turco, Fuat Oktay, neste sábado.
"Nós controlamos a linguagem diplomática, mas a Turquia não hesitará em fazer o que for necessário para defender seus interesses", concluiu.