O governo iraquiano cancelou a visita de um ministro e convocou o embaixador da Turquia depois que um drone turco matou dois militares iraquianos no norte do país nesta terça-feira (11).
O incidente ocorreu durante uma operação em Ancara contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, oposição curda na Turquia).
Desde que a Turquia lançou sua operação "Tiger Claws" no Curdistão iraquiano em junho, os dois vizinhos não pararam de se confrontar diplomaticamente como resultado dos bombardeios aéreos e da incursão terrestre por comandos turcos.
A morte dos comandantes levou o Ministério das Relações Exteriores do Iraque a anunciar que Bagdá não queria mais receber o ministro da Defesa turco na quinta-feira.
O Ministério acrescentou que o embaixador turco em Bagdá será convocado novamente - pela terceira vez desde junho - e receberá "uma carta de protesto incluindo na qual o Iraque rejeita categoricamente os ataques e violações" de Ancara.
A presidência iraquiana denunciou "uma violação perigosa da soberania" e instou Ancara a "cessar todas as operações militares".
Ancara afirma estar lutando contra o PKK, que considera uma organização "terrorista", assim como fazem os Estados Unidos e a União Europeia.
Os dois militares mortos comandavam batalhões da guarda de fronteira. Segundo o exército iraquiano, que denunciou uma "flagrante agressão", eles morreram junto com um motorista (estavam em um veículo) na região de Pradost, na fronteira do Iraque, Turquia e Irã, no norte da província de Erbil.
De acordo com Ihssane Chalabi, prefeito da cidade vizinha de Sidakan, os responsáveis estavam saindo de uma "reunião entre comandantes da guarda da fronteira iraquiana e combatentes do PKK".
Testemunhas indicaram que durante a manhã houve confrontos entre combatentes do PKK e forças iraquianas.
A reunião, atacada pelo drone turco, havia sido convocada justamente para tentar acalmar as tensões, segundo fontes locais.