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Estado de Minas

Pandemia aumenta risco de morte por doenças transmitidas por mosquitos, diz Opas


11/08/2020 17:43

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou, nesta terça-feira (11), que a pandemia de COVID-19 aumenta o risco de morte por doenças transmitidas por mosquitos, "muito extensas" na região, devido à limitação da capacidade de resposta dos serviços de saúde.

"A realidade é que os mosquitos e os patógenos que transmitem continuam circulando. E, sem testes ou tratamento, os casos graves de doenças transmitidas por mosquitos podem passar de condições facilmente tratáveis a (causar) a morte", disse Carissa Etienne, diretora da Opas, ao destacar a ameaça da dengue e da malária.

Etienne destacou que em alguns países americanos, a dengue, a malária e muitas doenças tropicais "têm um impacto desproporcional nas populações pobres e vulneráveis", entre elas as comunidades indígenas, muito afetadas pela COVID-19.

Segundo a Opas, em janeiro e fevereiro, o continente americano registrou um aumento de 139% dos casos de dengue em relação ao mesmo período de 2019. Mas em março, com o surto do coronavírus na região, os casos de dengue relatados diminuíram.

Para Etienne, a notificação de doenças transmitidas por mosquitos, entre as quais ela também citou a malária, "reduziram mais de 40%, e houve uma redução na quantidade de pessoas que fazem o exame".

"Sem uma vigilância sólida, não teremos noção do quanto essas doenças estão afetando nossa população e, portanto, não poderemos planejar os serviços suficientemente e salvar vidas", afirmou.

Etienne também lamentou o impacto negativo da COVID-19 no combate de doenças tropicais na região, como a filariose linfática, a esquistossomose e a helmintíase transmitidas pelo solo.

"Justo quando estávamos conseguindo avanços significativos" contra essas doenças, "a pandemia interrompeu as campanhas de administração em massa dos medicamentos que são fundamentais para nossos esforços de eliminação", disse.

"É provável que essas interrupções aumentem as taxas de infecção nos próximos meses", alertou, sem deixar de reiterar, como tem feito nas últimas semanas, a necessidade urgente de prevenir o avanço do HIV e da tuberculose.

Achatar a curva e controlar a transmissão

Com 10,8 milhões de casos e quase 395.000 mortes, o continente americano é o mais atingido pela COVID-19, declarada pandemia em março pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os países mais afetados são Estados Unidos (mais de 5 milhões de casos e 163.000 mortes) e Brasil (mais de 3 milhões de casos e mais de 101.000 mortes).

"Todos os dias vemos mais de 100.000 novos casos sendo relatados nas Américas", disse Etienne. Mais da metade das infecções são registradas nos EUA, mas "picos preocupantes" estão aparecendo na Colômbia e na Argentina, com "uma expansão dos casos" na América Central e um crescimento acentuado no Caribe, na República Dominicana, acrescentou.

O vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, pediu "um esforço maior" no México para controlar a pandemia, quando questionado sobre a possibilidade de que o país chegue a 150.000 mortes por coronavírus em dezembro, conforme projeção da Universidade de Washington.

"Houve um aumento muito significativo no número de mortes no México nas últimas semanas, o que indica que é necessário que as autoridades revejam as medidas que estão sendo adotadas (...) para reduzir a velocidade de transmissão", disse Barbosa. O desafio de toda a região, segundo ele, é impedir que as previsões se cumpram.

Barbosa também apontou "um aumento muito significativo" nos casos da Bolívia, e disse que no Chile e no Equador há um nível de contágio ainda muito alto. "O desafio que os países da região enfrentam hoje não é apenas achatar a curva, mas controlar a transmissão", ressaltou.

Para isso, o vice-diretor apelou pela implementação de medidas de distanciamento social "de forma mais eficaz" e a "expansão" da capacidade de testagem e rastreamento de contatos dos infectados.


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