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Estado de Minas

Estados Unidos fecham consulado chinês em Houston e provoca escalada de tensões bilaterais

A medida foi anunciada nesta quarta-feira (22) por Pequim, que a considerou uma 'provocação' e ameaçou revidar


22/07/2020 21:13 - atualizado 22/07/2020 21:35

'Suponho que queimavam documentos', disse Trump nesta quarta-feira (foto: Brendan Smialowski / AFP )
'Suponho que queimavam documentos', disse Trump nesta quarta-feira (foto: Brendan Smialowski / AFP )
Os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, acusado de ser o "coração" de uma rede de espionagem, uma decisão tomada em meio à crescente tensão entre as duas potenciais mundiais.


A medida foi anunciada nesta quarta-feira (22) por Pequim, que a considerou uma "provocação" e ameaçou revidar, um presságio para uma deterioração ainda maior das relações entre os dois países, envolvidos em embates políticos sobre a lei de segurança em Hong Kong, as acusações de espionagem e a situação da minoria uigur no noroeste da China, entre outras diferenças.


O consulado chinês foi fechado "para proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos", explicou Washington, sem dar maiores detalhes.


A porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, declarou que, no passado, o regime comunista fez "uma espionagem em massa" nos Estados Unidos e interferiu na política doméstica, exerceu pressões sobre autoridades econômicas e "ameaçou famílias sino-americanas que moram na China".


Os Estados Unidos tomaram esta decisão devido ao "persistente roubo de tecnologia americana por representantes e agentes do governo chinês", declarou o vice-secretário de Estado, Stephen Biegun.


Ele também mencionou "desvios no sistema de intercâmbios universitários" e um comportamento de funcionários do consulado chinês em Houston considerado "incompatível com as práticas diplomáticas normais".


- "Queimavam documentos" -


Em viagem à Dinamarca, o secretário de Estado, Mike Pompeo, não se aprofundou nessas justificativas, mas denunciou, novamente, o "roubo de propriedade intelectual por parte do Partido Comunista chinês", tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.


Pompeo mencionou o caso dos hackers que foram denunciados na véspera nos Estados Unidos por tentar roubar dados sobre o desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19 e violar sistemas de centenas de companhias ocidentais.


O congressista republicano pelo Texas Michael McCaul considerou, retomando as palavras de um alto funcionário do Departamento de Estado, que o consulado de Houston era "o epicentro do roubo de pesquisas pelo Partido Comunista chinês nos Estados Unidos, especialmente de informações confidenciais que servem para desenvolver seu exército".


O fato de que as pesquisas sobre uma vacina contra o coronavírus tenham sido objeto de espionagem mostra, segundo McCaul, "a ameaça que representam as atividades nefastas deste consulado em Houston, um centro da pesquisa biomédica e tecnológica".


No Twitter, a polícia de Houston confirmou que na terça-feira fumaça foi vista saindo do consulado, aparentemente depois da ordem americana de fechá-lo.


"Suponho que queimavam documentos", disse nesta quarta Trump, que não descartou fechar outras missões diplomáticas, se considerar necessário.


- "Ação escandalosa" -


A China tem cinco consulados nos Estados Unidos. O de Houston (Texas) foi aberto em 1979, ano em que foram estabelecidas relações diplomáticas entre os dois países, e tem 900.000 cidadãos chineses inscritos em seus registros.


"É uma provocação política (...) que viola gravemente o direito internacional", denunciou um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, que declarou que Pequim poderá buscar "represálias".


Além de uma embaixada em Pequim, os Estados Unidos têm cinco consulados na China continental e uma representação em Hong Kong.


Embora não pareça relacionada, a decisão de fechar o consulado de Houston acontece após dois hackers chineses serem denunciados pela justiça americana por ciberataques a empresas envolvidas na busca de uma vacina contra o novo coronavírus, acusações que Pequim nega com veemência.


O secretário americano de Justiça anunciou na terça a denúncia de "dois hackers chineses que trabalhavam com o ministro chinês de Segurança de Estado".


No entanto, não foram detidos e a princípio estão na China. Pequim negou as acusações.


Durante um comparecimento de Biegun no Congresso, vários senadores se queimaram da ineficácia da media. "Estamos como no Titanic", disse o republicano Mitt Romney. "Colocamos a música muito alta, mas estamos perdendo", acrescentou.


Nesse contexto de escalada das tensões, a China também alertou seus estudantes nos Estados Unidos nesta quarta sobre o risco de sofrerem "interrogatório arbitrário".


"Recentemente, as autoridades intensificaram os interrogatórios arbitrários, perseguição, confisco de bens pessoais e detenções de estudantes chineses nos Estados Unidos", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.


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