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Estado de Minas

EUA fecha consulado chinês em Houston e provoca escalada de tensões bilaterais


22/07/2020 20:37

Os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, acusado de ser o "coração" de uma rede de espionagem, uma decisão tomada em meio à crescente tensão entre as duas potenciais mundiais.

A medida foi anunciada nesta quarta-feira (22) por Pequim, que a considerou uma "provocação" e ameaçou revidar, um presságio para uma deterioração ainda maior das relações entre os dois países, envolvidos em embates políticos sobre a lei de segurança em Hong Kong, as acusações de espionagem e a situação da minoria uigur no noroeste da China, entre outras diferenças.

O consulado chinês foi fechado "para proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos" - disse uma porta-voz do Departamento de Estado nesta quarta-feira (22), após o vigoroso protesto de Pequim contra essa decisão.

A porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, declarou que, no passado, o regime comunista fez "uma espionagem em massa" nos Estados Unidos e interferiu na política doméstica, exerceu pressões sobre autoridades econômicas e "ameaçou famílias sino-americanas que moram na China".

Os Estados Unidos tomaram esta decisão devido ao "persistente roubo de tecnologia americana por representantes e agentes do governo chinês", declarou o vice-secretário de Estado, Stephen Biegun.

O vice-secretário também mencionou "desvios no sistema de intercâmbios universitários" e um comportamento de funcionários do consulado chinês em Houston considerado "incompatível com as práticas diplomáticas normais".

Em viagem à Dinamarca, o secretário de Estado, Mike Pompeo, não se aprofundou nessas justificativas, mas denunciou, novamente, o "roubo de propriedade intelectual por parte do Partido Comunista chinês", tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

"O presidente Trump disse 'chega'", afirmou Pompeo, que ameaçou impor novas sanções, sempre que Pequim não se "comportar" de acordo com os desejos de Washington.

O presidente do Comitê de Inteligência do Senado americano, o senador republicano Marco Rubio, afirmou, por sua vez, que o consulado da China em Houston é "o coração de uma vasta rede de espiões e de operações de influência do Partido Comunista chinês nos Estados Unidos".

Segundo o senador, aliado de Trump, o fechamento dessa missão diplomática já deveria, por esse motivo, ter sido decidido "há tempos".

"Os espiões têm 72 horas para sair, sob pena de serem presos", tuitou Rubio.

Segundo jornais de Houston, os bombeiros foram ontem à noite ao consulado chinês porque documentos estavam sendo queimados no pátio do edifício.

No Twitter, a polícia local disse que se via fumaça, mas que as forças de ordem "não receberam autorização para entrar" no edifício.

Durante um comparecimento de Biegun no Congresso, diversos senadores se queixaram da ineficácia da medida.

"Fechar (o consulado) deveria ser um meio, e não um fim", protestou o senador democrata Bob Menendez. "Estamos como no Titanic", declarou o republicano Mitt Romney. "Colocamos a música bem alta, mas estamos afundando", completou.

- "Ação escandalosa" -

A China tem cinco consulados nos Estados Unidos. O de Houston (Texas) foi aberto em 1979, ano em que foram estabelecidas relações diplomáticas entre os dois países, e tem 900.000 cidadãos chineses inscritos em seus registros.

"É uma provocação política (...) que viola gravemente o direito internacional", denunciou um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, que declarou que Pequim poderá buscar "represálias".

Além de uma embaixada em Pequim, os Estados Unidos têm cinco consulados na China continental e uma representação em Hong Kong.

Embora não pareça relacionada, a decisão de fechar o consulado de Houston acontece após dois hackers chineses serem indiciados pela justiça americana por ciberataques a empresas envolvidas na busca de uma vacina contra o novo coronavírus, acusações que Pequim nega com veemência.

"O governo chinês é um fervoroso defensor da segurança cibernética e sempre se opôs a ataques cibernéticos", acrescentou o porta-voz, exortando Washington a "acabar com essas calúnias e difamações" contra a China.

Nesse contexto de escalada das tensões, a China também alertou seus estudantes nos Estados Unidos nesta quarta sobre o risco de sofrerem "interrogatório arbitrário".

"Recentemente, as autoridades intensificaram os interrogatórios arbitrários, perseguição, confisco de bens pessoais e detenções de estudantes chineses nos Estados Unidos", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.


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