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Estado de Minas

Prefeita de Atlanta, forte candidata a compor chapa presidencial com Biden


postado em 15/06/2020 18:18

Aumentam as chances de Keisha Lance Bottoms, prefeita de Atlanta, integrar a chapa presidencial encabeçada pelo democrata Joe Biden para as eleições de novembro nos Estados Unidos.

Seu posicionamento melhorou substancialmente após a gestão dos protestos do fim de semana pela morte, em Atlanta, de um afro-americano nas mãos da polícia.

Bottoms governa uma das maiores cidades multirraciais dos Estados Unidos desde o começo de 2018, que representa uma força potente no estado da Geórgia (sul).

Recentemente, destacou-se por enfrentar o governador republicano da Geórgia, Brian Kemp, ao rejeitar uma rápida reativação da economia no estado em meio à pandemia do novo coronavírus.

Depois, no âmbito da polarização em que estão mergulhados os Estados Unidos, ganhou alcance nacional ao fazer um discurso em 29 de maio, quando os protestos contra o racismo ganhavam força em sua cidade após o assassinato, em Minneapolis, do afro-americano George Floyd, morto nas mãos da polícia.

Em sua fala, ela exortou os manifestantes a voltarem para suas casas.

"Se se importam com esta cidade, então voltem para suas casas", instou Bottoms tanto a manifestantes pacíficos quanto a saqueadores, declarações que viralizaram rapidamente.

"Se quiserem que haja uma mudança nos Estados Unidos, vão e se registrem para votar", acrescentou, levantando a voz. "Essa é a mudança de que precisamos neste país".

Bottoms, de 50 anos, afirma não ter consciência do poder dos comentários improvisados que fez naquela noite. Mas os protestos posteriores em Atlanta foram, em geral, pacíficos. Ela inclusive se uniu aos manifestantes nas ruas da cidade.

Em seguida, a prefeita precisou enfrentar um novo desafio: a morte na sexta-feira de outro cidadão negro nas mãos da polícia, desta vez em Atlanta.

No sábado, ela anunciou a renúncia "imediata" da chefe de polícia e a demissão do policial que efetuou o disparo, pois disse não acreditar que o tiro fatal tivesse justificativa.

Alguns manifestantes aumentaram a pressão sobre Bottoms, ameaçando expulsá-la nas próximas eleições se não lidasse com a crise com destreza.

A ansiedade da comunidade é algo muito próximo dela: quando era menina, viu, aterrorizada, a polícia levar algemado o seu pai, o outrora famoso cantor Major Lance, detido por um crime relacionado a drogas.

Domingo, na prefeitura, junto com outros líderes civis negros, disse que tem sido difícil "deixar de lado minha própria raiva e tristeza" para dizer o que as comunidades devem ouvir sobre como enfrentar a injustiça racial.

"Estas mortes não serão em vão", prometeu. "Há um movimento em todo o país e está mudando todas as nossas cidades".

- "Tremenda candidata" -

E de repente, seu nome aparece como possível colega de Joe Biden na chapa presidencial democrata, entre outras proeminentes mulheres negras, como a senadora Kamala Harris, a representante Val Demings ou Susan Rice, que foi assessora de Segurança Nacional de Barack Obama (2009-2017).

Bottoms diz que não tem pensado muito no assunto porque está focada em mitigar os efeitos da pandemia, questionar os protestos e pedir uma reforma da polícia.

Se Biden "pensar que eu poderia ajudá-lo a vencer em novembro e que estou na melhor posição para fazê-lo, o consideraria seriamente", disse ao site Axios na semana passada.

A experiência política de Bottoms é local, mas valoriza-se ter trabalhado nos três braços do governo da cidade.

Há cerca de dez anos, foi magistrada em meio período, antes de se eleger para a Câmara de vereadores de Atlanta. E em 2017 foi eleita prefeita, após uma votação apertada.

Este ano, teve que enfrentar a pandemia, a devastação econômica e os apelos por uma reforma profunda da polícia.

Mesmo antes de seu nome ter sido colocado no centro das atenções pelos protestos, alguém próximo a Biden enalteceu seus feitos.

Bottoms "seria uma tremenda candidata a vice-presidente", disse o representante democrata Jim Clyburn ao Financial Times em março.


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