O Irã alertou nesta segunda-feira (15) que pode voltar a impor medidas rigorosas para conter a propagação do novo coronavírus, ao anunciar mais de 100 mortes pelo segundo dia consecutivo.
O porta-voz do governo, Ali Rabii, lamentou a violação das medidas de distância física por peregrinos em locais de culto e usuários do transporte público.
"Em algumas províncias alcançamos o pico da doença, mas isso não significa um novo pico", disse Rabii em uma entrevista coletiva na televisão.
"A curva do número de mortos ainda não está muito clara, com uma leve queda em Teerã, mas um aumento em outras províncias", acrescentou.
"Se constatarmos que a propagação do vírus está fora de controle (...) então, sem dúvida, aplicaremos decisões estritas novamente", alertou.
O governo iraniano fechou escolas, cancelou eventos públicos e proibiu viagens entre províncias em março, antes de suspender progressivamente as restrições contra o vírus, a partir de abril.
A porta-voz do ministério da Saúde, Sima Sadat Lari, anunciou 113 mortes adicionais causadas pela COVID-19 em 24 horas, elevando o saldo oficial de vítimas fatais da pandemia no Irã para 8.950 desde o anúncio dos primeiros casos em fevereiro.
Lari também indicou que 2.449 novos casos foram confirmados nas últimas 24 horas. No total, foram registrados 189.876 casos de contágio.
Os dados oficiais do ministério da Saúde mostram uma tendência ascendente dos novos casos confirmados desde o início de maio, quando o Irã alcançou o menor número de novas infecções.
A República Islâmica anunciou no domingo mais de 100 mortes pelo novo coronavírus em 24 horas, o que não acontecia desde 13 de abril.
Os números do governo foram questionados várias vezes por especialistas estrangeiros, mas também por autoridades iranianas, que acreditam que são subestimados.