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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Trump crê em vacina para COVID-19 em meses, enquanto Europa começa a respirar

Agência Europeia do Medicamento (EMA) informou na sexta que uma vacina pode estar disponível em um ano, segundo um cenário otimista


postado em 15/05/2020 21:43 / atualizado em 15/05/2020 21:52

'Esperamos tê-la no fim do ano se pudermos, talvez antes', disse Trump(foto: Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
'Esperamos tê-la no fim do ano se pudermos, talvez antes', disse Trump (foto: Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
O presidente americano, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (15) que espera contar antes do fim do ano com uma vacina para a COVID-19, que continua com seu avanço mortal nos Estados Unidos, enquanto outros países começam a retomar certa normalidade, com a reabertura de cafés em Sydney e Viena e a volta do futebol na Alemanha, ainda que sem torcida.


"Esperamos tê-la no fim do ano se pudermos, talvez antes", disse o presidente americano, referindo-se à vacina. "Acreditamos que vamos obter resultados muito bons rapidamente", acrescentou diante de jornalistas no Jardim Rosado da Casa Branca.


Logo depois, relativizou seu otimismo. Combater o coronavírus "não é questão somente de vacinas", disse.


A Agência Europeia do Medicamento (EMA) informou na sexta que uma vacina pode estar disponível em um ano, segundo um cenário "otimista".


Mais de cem projetos foram lançados no mundo e uma dezena de testes clínicos estão em curso, cinco delas na China, para tentar encontrar um remédio para a COVID-19.


Mas esta corrida atiça a rivalidade e as tensões internacionais.


O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou seu desejo de que a busca por uma vacina não seja submetida às "leis do mercado". A União Europeia insistiu para que seja considerada "um bem de utilidade pública" e que se assegure um acesso "equitativo e universal" a ela.


Plano de ajuda histórico


A COVID-19 contaminou pelo menos 4.503.811 pessoas e matou 305.424 em todo o mundo, segundo contagem feita nesta sexta-feira pela AFP com base em fontes oficiais.


Mais de cinco meses depois do aparecimento da doença na China, o planeta está se acostumando a conviver com o novo coronavírus, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) poderia "não desaparecer nunca".


Os esforços se intensificam para tentar relançar as combalidas economias que entraram em uma fase de recessão sem precedentes.


A Alemanha, a locomotiva europeia, confirmou nesta sexta queda de 2,2% em sua atividade no primeiro trimestre e prevê que o retrocesso alcance 6,3% no conjunto do ano.


Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio internacional deve sofrer "quedas de dois dígitos" em volume em quase todas as regiões do planeta.


Em Washington, a Câmara dos Representantes deve votar nesta sexta-feira um plano de assistência histórico de mais de três trilhões de dólares para enfrentar os efeitos econômicos da pandemia.


Mas o texto apresentado pelos democratas já foi rechaçado por Trump e os republicanos, que são maioria no Senado.


Nos Estados Unidos, país mais afetados pela pandemia, com mais de 87.000 mortos, o desemprego alcança 15% da população ativa, um recorde.


Embora o desconfinamento tenha começado na sexta-feira em parte da Virgínia e de Maryland, Nova York, a capital econômica do país e epicentro nacional da pandemia, com mais de 20.000 mortos, permanecerá em confinamento até, no mínimo, 28 de maio.


"Todas as razões pelas quais decidimos vir (para Nova York) - restaurantes, concertos, etc - desapareceram", diz Han Robert, técnico de informática de 49 anos.

"Um sinal"

Pioneira no desconfinamento, a Áustria deu um passo simbólico nesta sexta-feira e reabriu restaurantes e cafés.


"Para nós, foi difícil que tenha ficado fechado todo este tempo. Sentimos saudades", disseram Fanny e Sophie, duas estudantes de 19 anos no Café Goldegg de Viena.


Em Sydney e em Berlim, a reabertura de bares e restaurantes era esperada com impaciência.


Outra novidade é a volta do futebol aos estádios, ainda que sem torcida.


O campeonato alemão, o primeiro dos torneios suspensos pela pandemia retomados no mundo, deve provar a partir deste sábado que o esporte profissional consegue conviver com o novo coronavírus.


Para limitar os riscos de contaminação, as equipes estarão submetidas a drásticas medidas sanitárias e tiveram que permanecer em isolamento toda esta semana.


"O mundo inteiro está nos observando", admitiu o treinador do Bayern de Munique, Hansi Flick, consciente de que uma experiência bem sucedida no seu país seria "um sinal para todas as outras ligas".


A pequena Eslovênia, primeiro país europeu a declarar o fim da epidemia em seu território, anunciou que vai reabrir suas fronteiras.


A Irlanda também anunciou que vai começar a suspender o confinamento a partir de segunda-feira, com uma flexibilização progressiva que vai se estender até agosto, mas imporá 14 dias de quarentena a viajantes estrangeiros.


A Espanha já começou a aplicar a mesma medida e tornou obrigatório a medição de temperatura e quarentena voluntária de 14 dias a quem chega.


A basílica de São Pedro, em Roma, vai reabrir as portas na segunda após uma desinfecção completa e aplicando as mesmas regras sanitárias vigentes na Itália.


No entanto, as medidas de distanciamento social continuam vigentes no mundo todo.


Na França, onde foram registrados mais de 27.500 falecidos, os cidadãos vão desfrutar o primeiro fim de semana de desconfinamento para tomar um ar.


O país permanece regido por muitas restrições, embora tenha autorizado o acesso às praias, e o primeiro-ministro, Édouard Philippe, convidou a população a começar a planejar as férias de verão.


Por outro lado, a França anunciou nesta sexta a primeira morte de uma criança por uma doença similar à de Kawasaki, que se acredita que possa estar vinculada ao novo coronavírus.


Na Itália, onde algumas praias vão reabrir após várias semanas, a ausência de atividade turística se faz sentir especialmente em Veneza, onde até os pombos sumiram da praça de San Marco.


"Sem turistas, Veneza é uma cidade morta", disse Majuro Sambo, um gondoleiro de 66 anos.

"Genocídio" no Brasil

Na América Latina, que soma mais de 26.000 mortes e mais de 470.000 casos oficialmente diagnosticados, o Brasil é o país mais afetado, com quase 15.000 mortes.


Uma crise que levou o ministro da Saúde, Nelson Teich, a pedir exoneração nesta sexta-feira, alegando "incompatibilidades" com o governo do presidente Jair Bolsonaro, que se opõe às medidas de confinamento para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, informaram fontes do ministério à AFP.


Teich permaneceu menos de um mês no cargo. Ele substituiu em 17 de abril Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro, também por divergências sobre o enfrentamento ao coronavírus.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à AFP, que teme que a forte oposição do presidente Jair Bolsonaro à aplicação de medidas de confinamento leve a um "genocídio".


Em agosto, o Brasil pode chegar a 90.000 mortes na pandemia, segundo uma projeção do centro americano que assessora a Organização Pan-americana da Saúde (OPS), que antecipa que para a ocasião México, Peru e Equador vão beirar os 6.000 falecidos, e a Argentina, ao contrário, terá 680 mortos.


Autoridades mexicanas informaram que o país alcançou nesta sexta-feira 4.767 mortos por COVID-10, superando o número de falecidos registrados na China, onde a pandemia surgiu, em dezembro.


Na África, as consequências poderiam ser especialmente devastadoras apesar de, por enquanto, só terem sido registradas oficialmente 2.500 mortes. Um estudo da OMS publicado nesta sexta-feira projeta, no entanto, até 190.000 mortes no continente.


Em Bangladesh, por sua vez, o aparecimento de um primeiro caso de COVID-19 em um dos imensos acampamentos de refugiados rohinyas, gera o temor de "um pesadelo", segundo Daniel Suivant, integrante da ONG Refuges International.



 


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