Um violento motim em uma prisão de Lima, por medo de contágio do novo coronavírus, deixou nove detentos mortos e 67 feridos, entre eles guardas, policiais e internos, informou nesta terça-feira (28) o Instituto Nacional Penitenciário (INPE) em um comunicado.
Um balanço anterior da rebelião ocorrida segunda-feira na prisão Castro Castro, situada no leste da capital, era de oito falecidos.
As autoridades tinham informado na véspera que a situação na penitenciária tinha sido controlada e que havia três mortos, resultado dos esforços da polícia e dos guardas para conter a rebelião.
O motim tinha como objetivo "ajudar na fuga em massa de detentos", segundo o INPE.
Dos feridos, 60 são agentes penitenciários, cinco policiais e dois presidiários, informou o INPE.
Por sua vez, o presídio de Lurigancho, o mais populoso do país situado no norte de Lima, protagonizavam nesta terça-feira um protesto pedindo por medidas de proteção em relação à COVID-19.
Com uma capacidade para 2.500 detentos, Lurigancho tem mais de 10.000 presos.
A polícia informou que em Castro Castro "todos os cadáveres foram levados para a necrópsia com diagnóstico de suposto impacto de bala".
O motim ocorreu na segunda, após a morte de um dos internos no dia anterior por coronavírus.
Os presos queimaram colchões e fizeram cartazes com pedidos por liberdade, com medo de contrair a doença.
"O INPE será inflexível diante de qualquer ato de indisciplina que vulnerabilize a segurança dos detentos e incentiva a população penitenciária a manter uma convivência pacífica, principalmente por estarmos em (situação de) emergência nacional", disse a instituição em comunicado.
O chefe do INPE, Gerson Villar, confirmou que dois detentos morreram por COVID-19 no domingo e disse que as reclamações dos presidiários tinham a ver com os indultos oferecidos pelo governo por causa da pandemia e da falta de remédios.
O governo peruano anunciou na última semana o indulto de cerca de 3.000 presos em situação de vulnerabilidade por causa do novo coronavírus.
A pandemia deixou até o momento 15 presos mortos e mais de 600 infectados nas prisões peruanas.
Há 97.500 presidiários em 68 unidades, com uma superpopulação de 50.000 detentos acima da capacidade das prisões, segundo o INPE.
Além disso, 169 agentes penitenciários testaram positivo para o vírus e sete morreram.