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Estado de Minas ATAQUE POLÍTICO

Terrorista extraditado

Brasil deporta para a Espanha homem condenado a 193 anos de prisão por atentado que matou quatro pessoas em Madri, em 1977. Foragido, ele foi preso em 2018, em São Paulo


postado em 07/02/2020 04:00

Juliá, que era ligado a grupo de extrema-direita, deixa Guarulhos: ele terá de cumprir o restante da pena(foto: NELSON ALMEIDA/AFP)
Juliá, que era ligado a grupo de extrema-direita, deixa Guarulhos: ele terá de cumprir o restante da pena (foto: NELSON ALMEIDA/AFP)


Condenado a 193 anos de prisão por ter participado do ataque terrorista em Madri que ficou conhecido como Massacre de Atocha, o espanhol Carlos Garcia Juliá foi extraditado ontem do Brasil para a Espanha. Ele chegou a cumprir 14 anos de prisão em seu país e estava foragido desde 1994, tendo sido detido em dezembro de 2018.

A condenação de Juliá, agora aos 67 anos, está relacionada ao assassinato de cinco pessoas e tentativa de homicídio de quatro, em atentado a tiros na capital espanhola. O crime, atribuído ao grupo da extrema-direita Fuerza Nueva, ocorreu em 24 de janeiro de 1977. Um comando armado invadiu um escritório de advocacia especializado em direito do trabalho e que abrigava também militância do Partido Comunista no prédio 55 da Rua Atocha.

No local, a dupla matou os advogados Enrique Valdelvira, Javier Sauquillo e Luis Javier Benavides, o estudante de Direito Serafín Holgado e o assistente administrativo Ángel Rodríguez. Juliá tinha então 24 anos. A Espanha entrava em seu processo de redemocratização, dois anos depois da morte do general Francisco Franco, que por três décadas governou sob uma ditadura de inspiração fascista.

Juliá foi capturado pela Polícia Federal em São Paulo há dois anos, a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge. Ele vivia com identificação falsa, no Bairro da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista, onde trabalhava como motorista de aplicativo, com o nome Genaro Antonio Materan Flores.

A extradição foi autorizada em agosto pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. A Corte atendeu pedido formulado pelo governo da Espanha que informava que Juliá era procurado para cumprir 3.855 dias de prisão restantes da condenação a ele imposta. Antes de ser preso no Brasil, o espanhol, que tinha 24 anos quando cometeu a chacina, também viveu em outros países da América Latina, como Paraguai e Bolívia.

O embarque foi num voo comercial da companhia Iberia que decolou no aeroporto internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Ele chegou ao terminal acompanhado pelo cônsul espanhol na capital paulista, Ángel Vázquez.

PARA OS EUA  

Além de Juliá, a Polícia Federal informou o ítalo-britânico Mark Anthont Fiscaro foi extraditado para os Estados Unidos na manhã ontem. Ele é réu em processo-crime que apura a prática de tráfico ilícito e transnacional de drogas nos EUA.

Segundo a PF, entre janeiro e abril de 2017, Mark fez cinco importações ilegais de ecstasy para a Flórida. Ele foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP) em abril de 2019, quando estava em trânsito de Porto Seguro, na Bahia, para Londres, na Inglaterra.

Além dele, a Polícia Federal enviará ainda, para os Estados Unidos, o ítalo-britânico Mark Anthony Fiscaro, acusado de tráfico ilícito e transnacional de drogas.


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