O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, visitará o túmulo de Fidel Castro em Santiago de Cuba na quarta-feira, antes de se encontrar com seu par cubano Bruno Rodríguez, na primeira parada de uma turnê latino-americana, antes de visitar México e Venezuela.
"Escolhemos com toda intenção este caminho para prestar homenagem ao comandante (...). Para mim, isso tem um significado importante, porque para muitas gerações de russos, Fidel permanece como exemplo de uma verdadeira dedicação ao país e a seu povo", disse Lavrov à agência cubana Prensa Latina antes de embarcar no voo para Cuba.
Castro morreu em 25 de novembro de 2016, depois de 10 anos longe do poder na ilha, que ele governou por 48 anos.
Em sua escala em Santiago de Cuba (sudeste), o único ponto cubano que visitará, Lavrov se encontrará com seu colega Bruno Rodríguez.
A visita ocorre algumas horas depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a continuidade de sua política hostil contra Cuba, Venezuela e Nicarágua, em seu discurso anual sobre o Estado da União.
"Estamos apoiando as esperanças de cubanos, nicaraguenses e venezuelanos de restaurar sua democracia", porque "o socialismo destrói nações", disse Trump ao Congresso.
Questionado sobre essa política, Lavrov disse: "Vemos que as tentativas dos Estados Unidos de subordinar a América Latina a seus interesses geopolíticos visam derrubar os 'governos incômodos' em Cuba, Venezuela e Nicarágua".
Desde abril do ano passado, Trump intensificou o bloqueio a Cuba com medidas quase semanais.
"As sanções aplicadas por Washington contra Cuba demonstram que, no afã de estrangular a economia da ilha, os Estados Unidos violam conscientemente os direitos humanos, porque nesse caso os que são prejudicados são cidadãos comuns", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia.
"Consideramos a aplicação de todas as novas restrições como uma expressão da impotência de Washington em quebrar a vontade do povo cubano, tentando impor seu ponto de vista e valores. Somos categoricamente contrários a essas medidas", acrescentou.
"Trabalhamos (com os cubanos) na materialização de grandes projetos em energia e metalurgia, infra-estrutura de transporte, na esfera do desenvolvimento de tecnologias cósmicas, comunicações e informática, farmacêutica e biotecnologia. Fabricamos suprimentos técnicos ferroviários e rodoviário, além de criar a base de manutenção correspondente", acrescentou.
O intercâmbio comercial entre os dois países aumentou 34% em 2018 para 388 milhões de dólares e pode chegar a 500 milhões em 2019.
Cuba recebeu 4,28 milhões de turistas em 2019, contra 4,71 milhões em 2018, uma queda de 9,3% em um ano, mas os visitantes de origem russa aumentaram 30%, segundo dados oficiais.