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Estado de Minas

Presidente do Irã pede 'unidade nacional' após protestos por avião derrubado


postado em 15/01/2020 13:49

O presidente iraniano, Hassan Rohani, lançou, nesta quarta-feira (15), um apelo pela "unidade nacional" e por uma mudança radical na forma de governo do país, após a tragédia com um avião ucraniano que deixou 176 mortos.

Rohani também reivindicou das Forças Armadas que "peçam desculpas" pela queda de um avião de passageiros ucraniano em 8 de janeiro e que "expliquem ao povo o que aconteceu" para que as pessoas entendam que "não querem esconder nada".

Já o guia supremo iraniano, Ali Khamenei, anunciou que liderará a grande oração na sexta-feira em Teerã, anunciou a agência oficial Irna nesta quarta-feira.

Embora ele seja o imã oficial da oração de Teerã, ele geralmente delega a tarefa a outras pessoas, e a última vez que a oficializou foi em 3 de fevereiro de 2012, na ocasião do 33º aniversário da Revolução Islâmica e no meio da crise internacional em torno do programa nuclear iraniano.

Em um primeiro momento, as autoridades iranianas não reconheceram sua responsabilidade no episódio, o que provocou manifestações contra o Executivo e uma onda de indignação desde sábado.

Após dois dias de desmentidos oficiais, as Forças Armadas iranianas reconheceram, no sábado, terem derrubado por "erro" o Boeing 737 da Ukraine International Airlines, poucos minutos depois de sua decolagem de Teerã.

Referindo-se a uma série de acontecimentos "trágicos" ocorridos desde o início de janeiro no país - do assassinato do general Quassem Soleimani, por parte de Washington, à catástrofe "inaceitável" do voo da Ukrainian Airlines -, Rohani declarou que esse quadro deve levar a uma "grande decisão" dentro do sistema político iraniano.

"E esta decisão importante" - frisou - "é a reconciliação nacional".

Previstas para 21 de fevereiro, as eleições legislativas "devem ser a primeira etapa", declarou o presidente, em um discurso feito depois de um conselho de ministros e transmitido, de forma excepcional, ao vivo pela televisão pública.

"O povo quer diversidade", acrescentou Rohani, ainda falando sobre as eleições.

"O povo é nosso senhor" e "nós somos seus servos. O servo deve se dirigir ao senhor com modéstia, precisão e honestidade", completou Rohani.

"Permitam a todos os partidos e grupos se apresentarem", convidou.

"Estou certo de que não têm nada a perder", insistiu, dirigindo-se implicitamente ao Conselho dos Guardiães, organismo encarregado do controle das eleições e que costuma ser acusado pelos reformistas de se exceder na hora de selecionar candidatos.

"O país não pode estar governado por uma única ala política. O país pertence a todos", frisou.

Segundo ele, "as pessoas querem a garantia de que as autoridades as tratam com sinceridade, integridade e confiança".

"Peço às Forças Armadas e a seu Estado-Maior que expliquem às pessoas [...] o que aconteceu desde o acidente até que se anunciou" a verdade, para que "entendam que não queriam esconder nada", acrescentou.

O governo alega que foi informado do ocorrido apenas na sexta-feira.

A Ucrânia pediu ao Irã que lhe entregue as caixas-pretas do avião derrubado, de acordo com anúncio feito por Kiev nesta quarta (15).

Conforme a Procuradoria ucraniana, o governo "faz todo o possível para garantir a descriptografia das gravações de voo e preservar as provas na investigação sobre a catástrofe".

Nesse sentido, a Procuradoria e o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) enviaram um pedido oficial às autoridades iranianas, completou a Procuradoria.

Kiev informou ainda que uma autoridade iraniana de alto escalão irá à Ucrânia nos próximos dias "para determinar o laboratório" encarregado de analisar as caixas-pretas.

Os especialistas canadenses que chegaram na segunda-feira a Teerã também terão acesso às caixas-pretas do avião, disse uma autoridade canadense.

O rei da Jordânia, Abadalah II, expressou seu medo de que a tensão entre os Estados Unidos e o Irã degenerasse em um "caos indescritível".

"Uma guerra total ameaça a estabilidade de toda a região. Além disso, poderia perturbar toda a economia mundial (...) e também causar um ressurgimento do terrorismo em todo o mundo", alertou o monarca durante um discurso no Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.


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