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Estado de Minas

Chavismo lava as mãos em disputa Guaidó-Parra e promete eleições legislativas


postado em 08/01/2020 18:49

O governo venezuelano classificou nesta quarta-feira (8) como um "triste espetáculo" a "luta" entre setores da oposição, da qual manteve distância, após as proclamações do líder opositor Juan Guaidó e um deputado rival como presidentes do Parlamento.

"Pedimos desculpas ao mundo pelo triste espetáculo" da oposição, disse Diosdado Cabello, número dois do governo de Nicolás Maduro, em entrevista coletiva.

Cabello, que comanda a Assembleia Constituinte ligada a Maduro e que governa o país com poderes absolutos, disse que a maioria legislativa da oposição lidera uma disputa na qual o Chavismo não tem "nada a ver".

"É uma luta pelo espaço entre eles", disse o poderoso líder oficial.

Na terça-feira, foi travada a primeira batalha pela presidência do Parlamento venezuelano, o único poder nas mãos da oposição, onde Guaidó jurou como "presidente interino" depois de ser ratificado como chefe do Legislativo.

Deste cargo, Guaidó reivindicou há um ano a presidência interina com reconhecimento de cerca de 50 países, liderados pelos Estados Unidos, depois que a maioria da oposição legislativa declarou o governante socialista Nicolás Maduro "usurpador", acusando-o se reeleger fraudulentamente.

Parra liderou uma breve sessão antes do surgimento de Guaidó e deixou o local em ritmo acelerado.

O chavismo procura explorar fraturas na oposição, mas ao mesmo tempo a proclamação de Parra levou-a a se reagrupar em torno de Guaidó.

Felix Seijas, diretor do centro de pesquisas Delphos, acredita que os adversários de Maduro poderiam "repotencializar diferentes alvos: apoio internacional, uma oportunidade de unificar e resgatar a energia do povo", que estava diminuindo com a resistência do presidente no poder.

Mas o consultoria Eurasia Group acredita que o partido no poder vai aproveitar para aumentar "a perseguição", com dezenas de líderes da oposição presos ou exilados, e "avançar para novas eleições" da Assembleia Nacional unicameral "em seus próprios termos".

- Votação à vista -

Luis Parra, cujo nome foi vinculado pelo site de investigação sobre jornalismo Armando.Info, com casos de corrupção relacionados à importação de alimentos do governo Maduro, foi proclamado no domingo presidente do Parlamento, impulsionado por deputados do partido do governo: o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).

Naquele dia, Guaidó e outros congressistas da oposição ficaram do lado de fora do Palácio Legislativo entre piquetes militares e policiais.

O líder da oposição convocou, então, uma sessão na sede de um veículo de comunicação, o El Nacional, e foi ratificada por 100 legisladores.

Maduro reconheceu Parra imediatamente.

O presidente tinha deixado de reconhecer as diretrizes do Parlamento desde 2016, quando a oposição assumiu o controle desse poder após conquistar 112 cadeiras de 167 possíveis em dezembro de 2015.

A Suprema Corte declarou o Congresso em desacato, e suas funções foram assumidas, na prática, pela Assembleia Constituinte.

Em 2020, o último ano da atual legislatura, são esperadas novas eleições.

- Protestos -

Depois de renovar um juramento como "presidente encarregado", com apoio ratificado dos Estados Unidos, da União Europeia e do Grupo Lima, Guaidó convocou três dias de "atividades de rua" nesta semana (quinta, sexta e sábado) e uma manifestação em direção ao Palácio Legislativo na próxima terça-feira.

Ele tenta recuperar o poder de convocatória, porque foi impossível reeditar nos últimos meses os massivos protestos que ele comandou no início de 2019.

Washington alertou que tomará medidas se, na escalada, o líder parlamentar for preso.

Depois que suas tentativas de depor Maduro em 2019 falharam, sua popularidade, que chegou a 63%, caiu para 38,9% em dezembro, segundo o centro de pesquisas Datanlisis.


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