O assessor especial do primeiro-ministro britânico Boris Johnson convocou pessoas "incomuns" e "marginalizadas" para trabalhar nos serviços do governo, em um anúncio de contratação incomum publicado em seu blog.
"Queremos contratar pessoas incomuns com diferentes habilidades e experiências para trabalhar em Downing Street", escreveu na quinta-feira Dominic Cummings, o grande arquiteto da vitória do "Leave" no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia em 2016.
A publicação acontece em um momento em que a imprensa informa que Boris Johnson está disposto a introduzir "mudanças sísmicas" na administração pública.
Entre os perfis procurados estão cientistas de dados, desenvolvedores de software, economistas, especialistas em comunicação, jovens pesquisadores, "um dos quais também será meu assistente pessoal", mas também "desajustados e marginalizados com habilidades estranhas", explica Dominic Cummings.
"Neste momento (...) não temos o tipo de experiência necessária para apoiar o primeiro-ministro e os ministros. Isso deve mudar rapidamente para que possamos servir adequadamente o público", continua ele.
"Existem muitas pessoas brilhantes na administração pública e na política. Mas também existem problemas sérios na maneira como o Estado britânico toma decisões", diz ele.
O Brexit, programado para 31 de janeiro, exige "grandes mudanças na política e na estrutura de tomada de decisões".
Dominic Cummings defende uma maior diversidade "cognitiva" nos serviços do governo e menos graduados em escolas particulares e universidades de prestígio. Defende a "necessidade de verdadeiros elétrons livres, artistas, pessoas que nunca frequentaram a faculdade e lutaram para sair de um aterro horrível".
Mas também adverte que "os chutará em algumas semanas se não se encaixarem".
O secretário geral do sindicato dos funcionários públicos FDA, Dave Penman, enfatizou na BBC que a contratação é feita atualmente "por mérito".
"Você trabalha na administração pública pelo que pode fazer, não pelo que acredita", explica ele.