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Estado de Minas

"A COP25 está desmoronando", diz Greta Thunberg, sobre acordo de Madri

Documento final não respondeu firmemente à urgência climática, conforme reivindicado pela ciência e pela sociedade civil


postado em 15/12/2019 10:19 / atualizado em 15/12/2019 15:06


A comunidade internacional alcançou, neste domingo (15), um acordo mínimo na COP25, realizada em Madri, longe de responder firmemente à urgência climática, conforme reivindicado pela ciência e pela sociedade civil.


Após duas semanas de negociações, a conferência da ONU concordou em pedir aos países que aumentem suas metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no próximo ano, o que é essencial para tentar conter o aquecimento a menos de +2°C.


Mas não emitiu nenhum sinal forte de que intensificará e acelerará a ação climática.


"Parece que a COP25 está desmoronando. A ciência é clara, mas a ciência é ignorada", tuitou durante a noite a jovem ativista climática Greta Thunberg, que inspirou milhões de jovens a exigir medidas radicais e imediatas para limitar o aquecimento global.


"Aconteça o que acontecer, não vamos desistir. Estamos apenas começando", acrescentou a adolescente sueca, estrela desta conferência climática da ONU.


A COP25 deveria, teoricamente, terminar na sexta-feira à noite, mas as grandes divisões sobre assuntos importantes, como ambição e financiamento, ainda não permitiram alcançar um compromisso.


No sábado, uma proposta de texto da presidência chilena foi recusada muitos países, por razões às vezes diametralmente opostas, alguns exigindo mais audácia, outros arrastando os pés.


"Não podemos dizer ao mundo que estamos diminuindo nossas ambições na luta contra as mudanças climáticas", insistiu o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.


Esta manhã, uma nova versão se mostrou mais consensual.


A ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, facilitou grande parte das negociações, uma tarefa aplaudida por seus colegas e chamada de "heroica" pela francesa Laurence Tubiana, uma das arquitetas do Acordo de Paris.


Seu "apoio nas últimas horas contribuiu para obter um resultado mínimo necessário para 2020", junto com uma "aliança progressista de pequenos Estados insulares, países europeus, africanos e latino-americanos", disse.


No atual ritmo de emissão de gases do efeito estufa, a temperatura pode aumentar até 4 ou 5°C até o final do século. Mesmo que os cerca de 200 signatários do Acordo de Paris respeitem seus compromissos, o aquecimento global seria superior a 3°C.


Todos os Estados deverão apresentar até a COP26 de Glasgow uma versão revisada de seus compromissos. Nesta fase, cerca de 80 países se comprometeram a apresentar um aumento de suas ambições, mas eles representam apenas cerca de 10% das emissões globais.


E quase nenhum dos maiores emissores, China, Índia ou Estados Unidos, parece querer se juntar a este grupo.


Somente a União Europeia "endossou" esta semana em Bruxelas o objetivo de neutralidade de carbono até 2050. Mas sem a Polônia, muito dependente do carvão. E os europeus ainda vão levar meses para decidir sobre um aumento de seus compromissos para 2030.


A regulamentação dos mercados de carbono, o último capítulo em aberto sobre as regras do Acordo de Paris que não pôde ser resolvido na COP24 pela oposição do Brasil, foi novamente adiada.


O Brasil e, desta vez também a Austrália, foram novamente acusados de buscar uma "contagem dupla", ou seja, uma contagem de redução nas emissões mesmo quando as vende, o que anularia o objetivo do mecanismo.


A delegação brasileira se mostrou "desapontada" por não ter chegado a um acordo, mas preferiu ver o "copo meio cheio" com a perspectiva de continuar negociando.


"Chegamos muito perto", lamentou a ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, presidente desta COP.


O resultado em Madri reflete uma "resistência" ao avanço. "Se essa situação não mudar" antes da COP26 no final de 2020 em Glasgow (Escócia), o objetivo de limitar o aquecimento "será quase impossível", disse Alden Meyer, um observador veterano.


Para Sébastien Treyer, diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais, os bloqueios, além das diferenças inevitáveis, "são um sintoma de um estado geral de polarização e não cooperação entre os países".


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