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Estado de Minas

Mais de 30 pessoas morrem pisoteadas em peregrinação no Iraque


postado em 10/09/2019 17:19

Pelo menos 31 pessoas morreram pisoteadas, nesta terça-feira, em um tumulto registrado durante a peregrinação xiita de Ashura, na cidade iraquiana de Kerbala, ao sul de Bagdá, informou o Ministério da Saúde.

A multidão se viu envolvida numa enorme confusão em um dos últimos estágios da Ashura, que comemora o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé, um dos eventos fundadores do islã xiita.

Aconteceu no final do dia, durante o percurso ritual até mausoléu, quando os peregrinos batiam em suas cabeças em luto e gritavam: "Nós nos sacrificamos por ti, oh Hussein!"

O ministério da Saúde iraquiano forneceu o balanço de pelo menos 31 mortos e cem feridos, embora o número de vítimas fatais possa aumentar. Entre os feridos, há pelo menos dez em estado crítico, segundo a fonte.

Em frente ao hospital Al Hussein, em Kerbala, ambulâncias traziam feridos por toda a tarde.

"Os peregrinos começaram a cair, o que nos surpreendeu", explicou um jovem em cadeira de rodas, o olho esquerdo roxo e parte da pele da têmpora arrancada. "Foram se amontoando uns sobre os outros".

Na noite desta terça-feira, o ministro da Saúde, Alaa Al Allwan, deslocou-se para Karbala e o presidente Barham Saleh apresentou suas profundas condolências às famílias das vítimas.

Essa debandada é inédita em Kerbala, embora a peregrinação da Ashura tenha sido alvo de ataques extremistas sunitas no passado.

Até agora, nenhum incidente havia sido relatado na celebração atual, quase dois anos depois que o Iraque se declarou vencedor sobre os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Centenas de milhares de xiitas que vieram de outros países, principalmente do vizinho Irã, concentraram-se em Kerbala, como todos os anos.

- Procissões e flagelos -

Desde o início do mês muçulmano de 'moharram', há dez dias, os xiitas celebram um período de luto.

Em Bagdá, Basra ou Najaf, no sul, são organizadas procissões que atingem seu paroxismo no décimo dia do mês sagrado, chamado Ashura, que foi comemorado na terça-feira.

Como todos os anos, essas peregrinações produzem imagens impressionantes de homens que se autoflagelam, com espadas ou facas, para comemorar o martírio do imã Hussein, morto em 680 pelo califa Yazid, durante a batalha de Kerbala.

A maioria dos peregrinos chora, enquanto alguns cobrem o rosto e o torso de cinzas em luto.

Os dois principais santuários do xiismo estão no Iraque. Além de Kerbala, há outra cidade sagrada, Najaf, 160 km ao sul de Bagdá, onde fica o mausoléu do imã Ali, genro do profeta Maomé.

Em 2013, a peregrinação do Ashura foi marcada por uma série de ataques que mataram cerca de 40 fiéis xiitas em várias cidades do Iraque.

Em 2005, outra peregrinação xiita, a do imã Mussa Kazim, no mausoléu de Bagdá, foi marcada por uma debandada em uma ponte sobre o Tigre. Pelo menos 965 peregrinos morreram - a causa foi um boato sobre a presença de um suicida entre a multidão.

Estas peregrinações são muito populares no Iraque, onde dois terços da população é de xiitas. Sob o regime sunita de Saddam Hussein, festas xiitas como a peregrinação Ashura foram proibidas.

Atualmente, o dia é feriado nacional. As peregrinações deixam imagens impressionantes de homens que se autoflagelam ou batem com facões na cabeça para recordar o martírio de Hussein, morto em 680 pelo califa Yazid.


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